Trabalho e ações do Seapac têm garantido uma melhor convivência com o Semiárido.
Caio Barbosa - Assessoria de Comunicação do SEAPAC Natal | Rio Grande do Norte
Durante a abertura da Campanha da Fraternidade de 2023, o Papa Francisco dirigiu-se ao povo com palavras contundentes: “Milhões de pessoas sofrem e morrem de fome. Por outro lado, descartam-se toneladas de alimentos. Isto constitui um verdadeiro escândalo. A fome é criminosa, a alimentação é um direito inalienável”.
Sob o lema “Dai lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16), o Papa ressalta a necessidade urgente de enfrentar a fome.
Contudo, ao ponderarmos sobre a magnitude dessa missão, surge a pergunta: como é possível realizar essa tarefa árdua quando a escassez de recursos básicos, como água, terra, sementes e até mesmo energia (fogo) para preparar alimentos, está presente? Parece um desafio insuperável, mas há soluções. A resposta está na integração de tecnologias sociais com a agroecologia. Este é o caminho para garantir que a oferta de alimentos seja não apenas abundante, mas também sustentável.
Frente ao desafio complexo de garantir a produção de alimentos no Semiárido potiguar, o Serviço de Apoio aos Projetos Alternativos e Comunitários (SEAPAC) emerge como uma força transformadora, colaborando com as famílias campesinas há mais de três décadas. Como uma instituição vinculada à Igreja Católica no Rio Grande do Norte, o SEAPAC tem desempenhado um papel crucial na implementação de tecnologias sociais, além de oferecer suporte técnico-pedagógico em agroecologia nas três regiões estratégicas do estado: Alto Oeste, Trairi e Seridó potiguar.
Ao longo desses anos de compromisso incansável, foram construídas mais de 20.500 tecnologias sociais, impactando positivamente a vida de aproximadamente 75.500 pessoas, espalhadas pelos 167 municípios potiguares.
O Seapac vem fortalecendo as famílias rurais que vivem da agricultura familiar com a implementação das cisternas de primeira e segunda água (P1MC e P1+2, além das escolares), construção dos biodigestores e dos sistemas de reúso de águas totais e cinzas. Essas tecnologias sociais são aliadas das famílias rurais para garantir a segurança hídrica, alimentar e energética em cada unidade de produção da agricultura familiar do estado.
Biodigestores: um aliado da agricultura familiar
As Tecnologias Sociais têm como objetivo a transformação da vida das famílias. O Seapac, por meio da construção de alguns tipos de tecnologias, já ajudou a transformar a vida de mais de 19 mil famílias diretamente. Somente em 2023 o Seapac garantiu uma fonte de energia (renovável) para quase 400 pessoas.
O Seapac vem garantido o biogás (gás de cozinha) para que as famílias possam ter fogo (bioenergia) para o preparar o alimento. A construção dos biodigestores também ajuda a melhorar significativamente a saúde coletiva da família, que não precisa mais inalar a fumaça gerada pela queima da lenha nos fogões artesanais. E, além disso, evita o desmatamento na comunidade.
O biodigestor fortalece a agricultura familiar e estimula a agroecologia no território. O biofertilizante gerado pela tecnologia social é um produto natural rico em nutrientes essenciais para as plantas e pode ser usado para melhorar a fertilidade do solo, aumentando a produtividade das culturas agrícolas e reduzindo a dependência de fertilizantes químicos, com isso economizando financeiramente também.
A bioenergia gerada pelos biodigestores é apenas o começo de uma jornada promissora. A agroecologia e tecnologia social são os pilares que sustentam o desenvolvimento de uma agricultura familiar mais resiliente no Semiárido potiguar.
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