A troca de saberes entre mulheres campesinas valorizou os conhecimentos ancestrais passados entre gerações, além de incentivar reflexões conectando saúde coletiva e agroecologia.
HECLÉIA MACHADO | ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO - SEAPAC
Natal | Rio Grande do Norte
Na última sexta, 04, o Seapac realizou uma roda de conversa sobre “Saúde Coletiva da Mulher Campesina” na Comunidade Santo André, zona rural de Currais Novos. Durante a atividade, foram discutidas práticas populares e tradicionais de cuidado da saúde, valorizando as vivências cotidianas das mulheres e o conhecimento transmitido de geração em geração.
Nesta edição, a roda de conversa teve participação de 15 mulheres campesinas de três comunidades rurais do município São Rafael, Poço de Serra e Santo André, e foi mediada pela assistente social do Seapac, Amanda Cavalcanti. Além disso, o evento também contou com a presença e os conhecimentos enriquecedores de Luciana Araújo, enfermeira da Unidade Básica de Saúde da comunidade, e Jussara Stella, representante da Secretaria de Agricultura do município de Currais Novos.
O evento teve início com um exercício prático, onde as mulheres presentes compartilharam suas visões e opiniões sobre saúde, utilizando recortes de revistas para expressar suas ideias e, em seguida, criando colagens com os elementos que mais chamaram sua atenção. A partir dessa atividade, o grupo refletiu sobre a história e o conceito ampliado de saúde, que muitas vezes não é conhecido pela maioria das pessoas, mas está profundamente conectado ao dia a dia do campesinato.
Voltando o olhar para o contexto brasileiro, a concepção de saúde coletiva também foi conversada. Identificando os fatores sociais que implicam nos processos de saúde e doença de mulheres campesinas, as discussões abordaram fatores subjetivos que influenciam na saúde de forma não óbvia, como o acesso a transporte, educação e serviços essenciais do cotidiano.
Em sintonia com esses temas, a agroecologia surge como um caminho coletivo viável, propondo relações justas, igualitárias e equilibradas entre as pessoas e com o meio ambiente. Essa abordagem orienta visões de mundo, ações cotidianas, atuações políticas e práticas produtivas, de consumo e da construção de novas relações sociais que tem como base os valores da ética, solidariedade, reciprocidade, precaução e responsabilidade.
O saldo da manhã de conversas foi a criação de um espaço amplo de diálogo e troca de conhecimentos, que contribuíram para o fortalecimento das práticas populares em saúde e no incentivo à agroecologia nas comunidades rurais. Tudo isso é feito visando a promoção da conscientização para a construção de uma sociedade mais justa, sustentável e igualitária.
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