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Seapac inicia processo de implementação de 30 novos sistemas de reúso de águas cinza na região do Seridó

Implementados através do Projeto Semeando Esperança no Seridó Potiguar, as tecnologias sociais prometem ajudar a agricultura familiar e estimular a agroecologia na bovinocultura leiteira na região.


Hecléia Machado | Assessoria De Comunicação - SEAPAC

Natal | Rio Grande do Norte


O Projeto Semeando Esperança no Seridó Potiguar, idealizado pelo Seapac com apoio do Banco do Nordeste, encontra-se na fase de escavação das áreas onde serão construídas as tecnologias sociais de reúso de águas cinza. Esse serviço está sendo realizado em comunidades rurais dos municípios de Caicó, Cruzeta e Currais Novos, com apoio das prefeituras locais. O reúso de águas na zona rural otimizará os recursos hídricos disponíveis, fomentará a produção de forragem e o fortalecimento da bovinocultura leiteira, abrangendo diretamente 30 famílias.


Com as escavações, iniciamos  a fase de implementação das tecnologias de reúso de água, mas, para chegar nessa etapa, a equipe do Seapac realizou um trabalho preparatório e educativo de mobilização social com as famílias da região. “Fizemos 10 reuniões comunitárias para seleção das famílias, 30 visitas para cadastro das famílias selecionadas, seguidas de 30 visitas técnicas para aplicação do diagnóstico socioambiental”, explica Damião José, educador social do Seapac, sobre o trabalho desenvolvido desde novembro do ano passado até agora. Ainda nesse período realizamos um intercâmbio até a região do Alto Oeste para as famílias conhecerem a experiência do semeando esperança  ali desenvolvida.  


Essas dinâmicas preparatórias são necessárias porque, tão importante quanto a implementação física da tecnologia social, é a implementação da ideia de como cuidar dela e aproveitá-la da melhor forma na mente das famílias que vão recebê-la. Assim, existe a garantia de que o recurso está sendo destinado para quem vai aproveitar 100% do potencial do sistema de reúso.  


Com as famílias devidamente capacitadas, o momento tão esperado de implementar a tecnologia finalmente pode acontecer. Em Caicó, os 10 sistemas de reúso serão distribuídos nas comunidades de Nova Olinda, Batentes, Umari, Bujari,Concórdia,  Pedra do sino, Santa Cruz, Boa Vista, Santa Cruz e Riacho . Em Currais Novos, as tecnologias serão destinadas para famílias dos Sítios Boa Esperança, Totoró, Quandú, Lagoa do Santo, Namorados, Queimadas, Pedra D'água, Malhada de Dentro e Mirador. Por fim, em Cruzeta as famílias beneficiadas vão ser as das comunidades de Cruzeta Velha, Rio do meio, Pau lagoa, Salgado, Perímetro irrigado e Umari II.


Para as tecnologias cumprirem suas funções sociais e irem além dos quintais das famílias beneficiadas, haverá um processo de mobilização na área, com ações de difusão comunitária para socializar as experiências do projeto em mais 8 municípios da região, sendo eles: Acari, Jardim do Seridó, São João do Sabugi, Serra Negra do Norte, Parelhas, Lagoa nova, Jucurutu e Florânia. Esse processo é essencial para difundir a agroecologia dentro da cadeia da bovinocultura leiteira na região que ainda não tem essas práticas.


Sobre o sistema de reúso de águas cinza


No Semiárido potiguar, onde a insegurança hídrica é uma realidade, os sistemas de reúso de águas cinza surgem como uma solução para as famílias camponesas conseguirem produzir. O sistema consiste na coleta e tratamento das águas residuais provenientes de pias, chuveiros e máquinas de lavar roupa (ou águas cinza), tratamento e reúso nas plantações. 


Ao adotar o sistema de reúso de águas cinza, as famílias camponesas conseguem fazer o ciclo completo da água, por meio do tratamento das águas residuais é possível garantir volume para produção de alimentos tanto para os animais, como para a família. Isso é especialmente crucial em uma região onde a agricultura de subsistência é uma atividade predominante e a água é essencial para a sobrevivência das plantações.


Além dos benefícios práticos, o sistema de reúso de águas cinza também contribui para a preservação do meio ambiente, reduzindo a poluição dos mananciais e o desperdício de recursos naturais. Ao reciclar as águas residuais, as famílias camponesas estão agindo de forma sustentável, protegendo os ecossistemas locais e promovendo a conservação dos recursos hídricos para as gerações futuras.


Agroecologia e a cadeia da bovinocultura no Seridó


O projeto do Seapac tem como objetivo incidir por meio da agroecologia em toda região da bovinocultura leiteira com o consórcio de palmas e forrageiras irrigados com o reúso de águas, ajudando no fortalecimento da agricultura familiar local e garantindo a Segurança Hídrica e Alimentar dentro das comunidades rurais.


Isso acontece porque, ao plantar a palma em consórcio com outras plantas forrageiras e irrigá-las com a água de reúso, as famílias conseguem produzir praticamente sem custos uma alimentação rica em proteína, energia e fibra para o rebanho. Esse feito é essencial, principalmente quando consideramos o armazenamento dessa forragem para períodos prolongados de seca. 


Além de garantirem que o rebanho sempre estará alimentado, ao economizar na produção de forragem, as famílias automaticamente aumentam seus lucros ao comercializarem o leite bovino que produzem, o que contribui com a renda no campo. Ou seja, através da implementação da tecnologia social, capacitação das famílias e assistência técnica, o Seapac tem formado produtores locais mais conscientes, promovendo a adoção de práticas agroecológicas, além de incentivar a gestão responsável dos recursos hídricos. Assim, não apenas a bovinocultura leiteira é beneficiada, mas também a resiliência das comunidades frente aos desafios climáticos e socioeconômicos.



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