O Encontro Territorial com as 101 famílias do município de Serra Caiada, região Trairi do Rio Grande do Norte, ocorreu na manhã de hoje, 13 de março de 2020, no Centro Pastoral da cidade. São famílias que conquistaram as tecnologias de água de produção do Projeto Uma Terra e Duas Águas (P1+2) – cisternas de enxurrada, cisternas calçadão e barreiros trincheira. O coordenador do Núcleo do Seapac no Trairi e executor do Projeto, Agrônomo Damião Santos, fez a projeção de slides mostrando várias etapas da execução do projeto, fotos de famílias, das tecnologias e de alguns dos efeitos na vida dessas famílias. No final do encontro, foram entregues os documentos das tecnologias, fotos e o mapa da propriedade.
Noutro momento, foi aberto espaço para depoimentos das famílias e algumas, mesmo com certa timidez, por nunca terem falado em público, deram testemunhos marcantes. Uma delas foi dona Maria das Graças de Moura. “Meu marido não queria, porque não acreditava no projeto; ele estava desiludido, sem ânimo e com sinais de depressão. Mas depois, quando viu que era verdade tudo que tinham dito a gente e quando ele viu o animal adquirido com os recursos do projeto, ele criou novo ânimo e hoje voltou a acreditar no trabalho. Até nosso relacionamento melhorou”, contou dona Graça, esposa de seu Kerginaldo Ferreira de Souza, da comunidade Macacos.
Outro momento do encontro foi uma dinâmica com trabalho em grupos, com o objetivo de apontar efeitos do projeto na vida das famílias. Honestidade, ética e o compromisso do Seapac na apresentação e execução do Projeto foram algumas das indicações dos grupos. Eles apontaram, também, que o projeto trouxe fé e esperança, vida melhor, boa experiência e muitos outros efeitos. Isso tudo ocorreu, mesmo diante da descrença de alguns. “Isso não vai dá certo; isso é uma enrolação”, narraram alguns dos grupos sobre o que pensavam do projeto no início da execução. Hoje, no encontro, todos elogiaram o trabalho e alguém disse que “foi um projeto abençoado”.
O coordenador do Projeto, Damião Santos, revelou alguns dados interessantes, constatados nas análises dos relatórios. “Das 70 famílias do Fomento – 35 de Serra Caiada e 35 de Lajes Pintadas – 83% delas viviam com uma renda de até R$ 85,00 (oitenta e cinco reais)”, relatou. Outro dado interessante é que, das 70 famílias, 65 mulheres administraram os recursos do Fomento. Apenas 5 homens assumiram essa tarefa. Em Serra Caiada, só 3 homens administraram os recursos, enquanto em 32 famílias foram administrados pelas mulheres. Em Lajes Pintadas, foram 33 mulheres e apenas 2 homens. “Isso mostra que o Projeto teve um rosto feminino”, disse Damião. Ele também relatou que durante toda a execução do Projeto não houve nenhum desvio de finalidade dos recursos do Fomento.
Mais fotos (José Bezerra):
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