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"Se coronavírus entrar nas aldeias indígenas ocorrerá genocídio em massa"


Pandemia ameaça Terra Indígena Yanomami (Foto: Hutukara via Amazônia Real)

A morte por coronavírus do jovem yanomami é o reflexo do enfraquecimento institucional dos órgãos públicos que deveriam promover o direito à saúde e à proteção territorial dos indígenas. É desta forma que avalia o líder indígena Dinamam Tuxá, vice-presidente da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), em entrevista à Amazônia Real. Além da morte do adolescente yanomami, um ancião do povo Tikuna e uma mulher da etnia Kokama morreram por Covid-19, em hospitais públicos de Manaus – Delphina Aziz e Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto -, informou o Ministério da Saúde no último fim de semana.


“O reflexo [desse enfraquecimento] acaba sendo as mortes. O coronavírus veio para aclarar essa realidade que ocorre no Estado brasileiro em relação aos povos indígenas”, disse Dinamam Tuxá. Ele apontou também a recusa do governo brasileiro em reconhecer a vulnerabilidade social dos povos indígenas e de não oferecer proteção territorial para conter o avanço da pandemia. “O coronavírus age de forma sorrateira. Muitas vezes não é identificado em tempo hábil para fazer o tratamento correto no doente. As estruturas do estado não estão preparadas para lidar com a especificidade dos povos indígenas. Estamos temerosos, porque sabemos que a estrutura estatal vem sendo enfraquecida e um vírus como esse, ao adentrar numa área indígena, vai causar um genocídio em massa”, alertou.


O líder destacou que este “processo genocida” dos povos indígenas vem ocorrendo há muito tempo no país e se agravou no atual governo, levando o Estado brasileiro a não agir de forma hábil para tentar amenizar o impacto do coronavírus no povos indígenas. “Estamos preocupados, porque a Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) vem em um processo de enfraquecimento e não está tendo apoio para que desenvolva trabalhos essenciais no combater ao vírus nas terras indígenas. Assim como o jovem yanomami veio a óbito, tememos que haja uma explosão de óbitos em outros indígenas”, afirma.

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