O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, exonerou nesta terça-feira (14) o diretor de proteção ambiental (Dipro) do Ibama, Olivaldi Alves Borges Azevedo. A saída foi determinada diretamente pelo ministério, apesar de Olivaldi ser subordinado à presidência do Ibama. A pandemia já matou três indígenas. A megaoperação, que ainda está em andamento, foi montada para expulsar garimpeiros, que podem espalhar o novo coronavírus nas terras indígenas. As invasões se multiplicaram desde o início da pandemia. Os alertas de desmatamento na Amazônia aumentaram 29,9% em março deste ano, se comparado ao mesmo período do ano passado. A operação ocorre em três terras indígenas no sul do Pará, onde vivem cerca de 1,7 mil índios.
A demissão de Olivaldi está diretamente ligada à operação realizada pelo Ibama na semana passada, no Pará, quando agentes de fiscalização do órgão ambiental estouraram um garimpo dentro de terras indígenas, atividade que é proibida por lei. Na ação, os fiscais do Ibama queimaram as estruturas dos garimpos e as máquinas usadas para a extração ilegal. A queima de equipamentos é uma medida legal, prevista nessas operações e, inclusive, necessária para a segurança dos próprios agentes, já que, em muitas ocasiões, a remoção é extremamente difícil e arriscada, devido a riscos de emboscada.
Esse tipo de operação, porém, desagrada profundamente o presidente Jair Bolsonaro, que já falou em diversas ocasiões sobre sua “determinação” para que nada seja queimado. O ministro Ricardo Salles evita falar sobre o assunto e limita-se a dizer que não mexeu na lei que permite a destruição das máquinas. Salles, no entanto, é favorável à orientação de Bolsonaro. A operação dos agentes do Ibama no Pará, noticiada na semana passada, foi ao ar em uma reportagem detalhada do Fantástico, na TV Globo, no último domingo (12).
Segundo fontes do Ibama, as cenas de destruição do aparato criminoso incomodaram o governo e foram a gota d’água para a saída de Olivaldi. Major da Polícia Militar, Olivaldi foi nomeado em janeiro de 2019 pelo presidente Bolsonaro. A reportagem apurou que, nesse tempo de pouco mais de um ano no cargo, chegou a pedir para deixar o Ibama ao menos três vezes, mas acabou permanecendo no posto. Olivaldi Alves foi o responsável pela exoneração do servidor do Ibama que multou o então deputado federal Jair Bolsonaro em 2012, por pesca irregular em uma área de proteção ambiental no Rio.
Fonte: https://domtotal.com/
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