Ao menos 305 quilômetros do Rio Paraopeba foram contaminados pelos rejeitos liberados com o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, no dia 25 de janeiro. O levantamento foi realizado durante uma expedição da Fundação SOS Mata Atlântica na região, em que foi avaliada a qualidade da água em 22 pontos do rio. Com duração de 10 dias, a expedição foi encerrada no sábado, 9.
A equipe percorreu mais de 2 mil quilômetros de rodovias e estradas próximas ao leito do rio, de Brumadinho até Felixlândia também em Minas Gerais. A Fundação classifica o resultado como "estarrecedor". Nos 305 quilômetros analisados, a água estava com qualidade péssima ou ruim. No último ponto, no reservatório de Retiro Baixo, a turbidez era três vezes maior do que o permitido pela legislação. Esse índice é um dos fatores que indica se o rejeito está impedindo a incidência de luz na água. "Sem a passagem da luz, não acontece fotossíntese, então o rio vai morrendo", explica Malu Ribeiro, especialista em água da SOS Mata Atlântica.
Segundo ela, a qualidade da água está diferente ao longo do rio, devido à influência de remansos, barragens e cachoeiras. "Varia bastante, mas, em nenhuma delas, a água chegou a voltar ao estado que tinha antes". Ao todo, o Paraopeba tem 546,5 quilômetros de extensão, abrangendo 48 municípios mineiros. A contaminação impacta especialmente as comunidades locais, onde vivem ribeirinhos, quilombolas, indígenas e agricultores, que utilizavam a água para subsistência, atividades econômicas e lazer.
Fonte: www.domtotal.com
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