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Raízes de 30 anos: Seapac e a agricultura familiar semeando esperança no Semiárido potiguar

Foto do escritor: Equipe de ComunicaçãoEquipe de Comunicação

Agricultoras e agricultores que são acompanhadas pelo Seapac nas regiões do Semiárido se encontraram em Natal, para a celebração de 30 anos da instituição durante a I Feira Potiguar da Agricultura Familiar e Economia Solidária.


Momento de encontro para celebrar os 30 anos do Seapac. (FOTO: Núcleo de Comunicação - SEAPAC)

Caio Barbosa Assessoria de Comunicação - SEAPAC Natal | Rio Grande do Norte


Numa tarde vibrante de sexta-feira, o encontro entre agricultoras, agricultores, parceiros, apoiadores e a dedicada equipe técnica do Serviço de Apoio aos Projetos Alternativos Comunitários (SEAPAC) revelou as raízes sólidas, firmemente estabelecidas ao longo de três décadas de comprometimento no território do Semiárido potiguar. Neste cenário onde a vida pulsa apesar das adversidades, a esperança continua a pulsar no incansável trabalho do Seapac junto às famílias campesinas do Rio Grande do Norte.


A 1ª Feira Potiguar da Agricultura Familiar e Economia Solidária foi mais que um evento; foi um terreno fértil, propício para o encontro das semeadoras e semeadores de esperança no Semiárido. As famílias, acompanhadas pela instituição, não apenas se reuniram, mas se abraçaram e compartilharam experiências, tecendo os fios do seu cotidiano e do trabalho incansável na agricultura familiar agroecológica, que se desenha em múltiplas regiões do estado. O evento não foi só uma feira, foi um testemunho vivo da resiliência e da força que a união entre as famílias e o Seapac produzem na diversidade do Semiárido.


O Seapac ergueu um espaço singular durante todos os quatro dias do evento, materializando não apenas um stand, mas um ponto de encontro vibrante e pulsante. Além disso, promoveu uma caravana de intercâmbio, trazendo consigo a vitalidade das famílias campesinas do Alto Oeste, Trairi e Seridó potiguar até Natal. Este espaço físico transcendeu meros diálogos; foi um reflexo das raízes profundas e da missão do Seapac ao longo de mais de três décadas: a defesa inabalável da agricultura familiar.


O stand do Seapac foi uma celebração da riqueza da vida camponesa no Semiárido. Ali, sementes crioulas, uma variedade de alimentos sem agrotóxicos in natura, doces, geleias, remédios populares — todos esses tesouros produzidos pelas famílias assistidas pela instituição, exalavam o aroma e o sabor autênticos da agricultura familiar no Rio Grande do Norte.


Para além das fronteiras do estado, também se destacaram os produtos de comercialização, fruto da parceria com o Movimento dos Pequenos Agricultores e Agricultoras (MPA Brasil), um ação de solidariedade que tinha como objetivo proporcionar o acesso ao alimento saudável e o fomento da comercialização de produtos produzidos pela agricultura familiar que se estende por todo o país. Este não foi apenas um stand; foi um altar à diversidade, à tradição e à resistência camponesa.


O espaço do Seapac na 1ª Feira Potiguar da Agricultura Familiar assumiu um propósito essencial: transmitir a mensagem crucial sobre a preservação da água e o combate ao seu desperdício, diante da iminente ameaça de escassez e expansão das áreas áridas na região. Em um contexto onde a água não pode ser reduzida a uma simples mercadoria, a tecnologia social do reúso de águas destaca-se como uma iniciativa transformadora do Seapac no Semiárido, uma bússola guiando as famílias campesinas na conquista do seu Direito à Água e assegurando a Segurança hídrica em seus territórios.


Os visitantes do stand foram convidados a mergulhar profundamente no universo de trabalho do Seapac. Uma maquete envolvente revelava o processo de funcionamento da tecnologia social do reúso de águas, entrelaçada com práticas agroecológicas. Detalhes sobre o tratamento da água e sua aplicação através da irrigação direta nas áreas produtivas foram elucidados e demonstrados ao público que visita o espaço promovido pelo Seapac.


Além disso, a equipe técnica-pedagógica apresentou o resultado que é a geração de alimentos saudáveis e o acesso aos direitos fundamentais: Saneamento Básico Rural, Segurança Hídrica e Alimentar, pilares que o Seapac defende incansavelmente junto às comunidades campesinas. Este não foi apenas um stand; foi uma jornada educativa sobre o equilíbrio precioso entre a água, a agricultura e o bem-viver integrado ao Semiárido potiguar.



Agricultura familiar potiguar uma resistência de esperança no Semiárido

A resistência pulsante da agricultura familiar potiguar reverberou na 1ª Feira Potiguar da Agricultura Familiar e Economia Solidária, uma iniciativa do Governo do Estado do Rio Grande do Norte, promovida pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural e da Agricultura Familiar (SEDRAF), com a colaboração de diversos movimentos populares, cooperativas e instituições parceiras.


Ao longo dos dias 29 de novembro a 02 de dezembro, mais de 30 mil pessoas convergiram para esse epicentro de vitalidade, que não só abrigou a feira, mas também foi palco do inspirador Festival do MST: por Terra, Arte e Pão, desdobrando cultura e arte no coração do Centro Administrativo do Governo do Rio Grande do Norte, em Natal (RN).


Nesse espaço de convergência da agricultura familiar do estado, ecoou um claro sinal de resistência diante do cenário desafiador que se desenha nos horizontes futuros. A agricultura familiar, apesar de seu papel crucial, clama por maior valorização por parte dos entes públicos, especialmente no que se refere ao respeito pelos recursos naturais e à efetivação de políticas públicas que facilitem a compra e comercialização de seus produtos. Em meio a essas incertezas, o movimento agroecológico potiguar proclamou com vigor: "Estamos aqui, vivos! E continuamos a produzir alimentos saudáveis - sem veneno!"


Aproveitando a efervescência da Feira Potiguar da Agricultura Familiar, o Seapac orquestrou um intercâmbio rural, uma caravana que, iniciada no Alto Oeste e percorrendo o Seridó e Trairi, desembarcou em Natal com um grupo resiliente de agricultoras e agricultores. Esses heróis cotidianos desafiam as adversidades sociais e, mesmo diante dos obstáculos, persistem na nobre missão de cultivar alimentos e semear esperança.


A participação do Seapac nesse epicentro agrário transcendiu a mera presença física de um stand. Além de ser um espaço que testemunhava o trabalho e a vida das famílias acompanhadas, a equipe de comunicação do Seapac promoveu uma apresentação sobre Comunicação Popular Camponesa no âmbito do autogestionável “Seminário: Estratégias de Comunicação em Rede para Fortalecer a Agricultura Familiar”, realizado pela SEDRAF. O coordenador de comunicação, Caio Barbosa, colocou em destaque a importância de resgatar as raízes da comunicação, revitalizando a identidade camponesa e popular no cerne desse debate essencial.



SEAPAC: há 30 anos semeando esperança no Semiárido potiguar

Ao longo do ano de 2023, o Seapac atinge um marco notável: três décadas dedicadas ininterruptamente ao amparo das famílias em situação de vulnerabilidade social, com um olhar especialmente atento às comunidades campesinas do estado. Nesse período, consolidamos ações que tocaram a vida de mais de 75 mil pessoas, promovendo a defesa incansável dos Direitos Humanos e uma integração mais robusta com as peculiaridades do Semiárido. Destaca-se a construção de mais de 25 mil tecnologias sociais, além de uma série de encontros, intercâmbios e atividades que ecoam o compromisso profundo com o bem-estar dessas comunidades e sua integração para uma melhor convivência com o Semiárido.


Os verdadeiros protagonistas desta narrativa são as próprias famílias que participam ativamente dos projetos e atividades promovidos pelo Seapac. Em um gesto simbólico de celebração pelos 30 anos de incansável dedicação, essas famílias foram calorosamente convidadas a se juntarem ao Seapac em Natal. Na tarde memorável de 1º de dezembro, a Caravana do Seapac não só chegou, mas ocupou a !ª Feira Potiguar da Agricultura Familiar e Economia Solidária, dando vida e voz a um clamor coletivo por direitos sociais e fomento da agroecologia. O evento foi mais que uma celebração; foi um ato de resistência e esperança, uma afirmação vibrante de que, mesmo após três décadas, a jornada está longe de terminar.



Num pequeno ato que reverberou a grandeza de sua história e reiterou suas raízes, mais de 25 famílias, representando a rica diversidade do Semiárido potiguar, se uniram a parceiros, amigos e toda a dedicada equipe do Seapac em um significativo momento de celebração. O Diácono Francisco Teixeira, coordenador do Seapac, e representantes de entidades como a Comissão Pastoral da Terra (RN), ASA, Fetarn e Emater marcaram presença nesta comemoração.


Atualmente, o Seapac estende seus cuidados a mais de 175 famílias, distribuídas por inúmeras comunidades do Semiárido, com ênfase nas regiões do Alto Oeste, Trairi e Seridó potiguar. Sua missão, ao longo dos anos, tem sido dedicada à defesa incansável das famílias campesinas e da agricultura familiar. O Seapac tem se destacado na implementação de tecnologias sociais, na promoção da agroecologia, no avanço do saneamento rural, na defesa dos direitos das mulheres e na incessante busca por uma convivência mais harmoniosa e integrada com o Semiárido.


O encontro dos semeadores e semeadoras durante a I Feira Potiguar da Agricultura Familiar culminou num grande almoço camponês, realizado no sábado, na sede do Seapac. Nesse momento, as famílias participantes do intercâmbio tiveram a honra de conhecer Dom João Cardoso, Arcebispo de Natal, que visitou o Seapac nesse dia. A “Caravana do Seapac” também fez uma passagem pelo Mercado da Agricultura Familiar de Natal e pela praia de Ponta Negra, proporcionando a agricultores e agricultoras a oportunidade de se conectarem com o mar, alguns pela primeira vez. Foi um momento rico de troca de saberes, promoção e defesa dos direitos da agricultura familiar, além de um capítulo enriquecedor de crescimento e experiências culturais.

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