O que aconteceu em Brumadinho (MG) foi uma "tragédia evitável", disse na manhã de hoje a procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Ela falou na necessidade de punição dos responsáveis e também da revisão das normas de segurança das barragens. Dodge não citou o nome da Vale, mas admitiu a possibilidade de punição, inclusive, de executivos.
"Há, em Minas Gerais, 700 barragens, todas avaliadas já em algum grau de risco, e precisamos saber se essa avaliação corresponde à realidade. (...) Precisamos saber se o protocolo de prevenção de Brumadinho, de Mariana e de todas as demais barragens do Brasil atesta (a segurança), e me parece que isso não está acontecendo", afirmou, ao chegar para evento no Ministério Público em São Paulo sobre trabalho escravo.
Segundo a procuradora, é preciso dar uma resposta mais "célere" ao caso do que em Mariana, também em Minas. Naquela ocasião, se optou por tentativas de acordos que levaram a indenizações. Agora, se optou por ajuizar ações de bloqueios de valores – em um total de R$ 11 bilhões. "Este é um aprendizado decorrente de Mariana", observou. "Também é preciso ter uma responsabilidade séria do ponto de vista indenizatório da empresa que deu causa a este desastre e também promover a persecução penal de pessoas e indivíduos, que precisam ser responsabilizados por esta falha", acrescentou.
Raquel Dodge informou que se reunirá amanhã à tarde, em Brasília, com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, para tratar do assunto. Segundo ela, o objetivo é "definir prioridades" tanto do Ministério Público como do Judiciário em relação a ações e responsabilidade dos responsáveis.
Fonte: www.redebrasilatual.com.br
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