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Povo Yanomami se refugia no interior da floresta para escapar da Covid-19

Foto do escritor: Equipe de ComunicaçãoEquipe de Comunicação

Assembleia para discutir turismo no Pico da Neblina, em Maturacá (Foto: João Claudio Moreira/Amazônia Real)

"A floresta protege porque ela tem um cheiro muito saudável, isso é a proteção que a floresta dá para nós Yanomami. A floresta tem mais proteção porque o ar não é contaminado. Muitos já foram para se proteger na floresta porque evitam de pegar gripe e outras doenças aqui na comunidade. Estão por lá se alimentando com caça, pesca, agora é muito açaí e muita fruta que está tendo na floresta”.


É assim, como se vê na fala da liderança Yanomami, José Mário Pereira Góes, que os indígenas estão se protegendo contra o coronavírus. Ele é presidente da Associação Yanomami do Rio Cauaburis e Afluentes (Ayrca), no Amazonas. Tal como os mais velhos fizeram para fugir de epidemias já enfrentadas no passado, como sarampo, gripes e coqueluche, os indígenas dessa etnia estão se refugiando no interior da floresta amazônica para se afastar do risco de contrair a Covid-19, a doença que causa uma pandemia no mundo e é responsável pela morte de um jovem da etnia.


A Terra Indígena Yanomami tem 9.664.975 hectares, localizada entre os estados do Amazonas e Roraima. São 380 comunidades e uma população de 28.148 pessoas, segundo a Secretaria Especial de Saúde Indígena, do Ministério da Saúde. A nova invasão de garimpeiros, que é um risco iminente da disseminação do novo coronavírus no território, foi denunciada pelo líder Davi Kopenawa Yanomami, em 2019.


Na comunidade Maturacá, localizada em São Gabriel da Cachoeira, no noroeste do Amazonas, pelo menos 12 famílias partiram para o interior da floresta. Outros grupos familiares se preparam para seguir o mesmo caminho. “O nosso povo Yanomami está alerta. A hora que chega em São Gabriel essa doença, vamos nos deslocar e estamos fazendo farinhada para a gente se isolar os 40 dias no mato. E a hora que tiver três casos, quatro casos, não vai ficar ninguém na comunidade. Só vai ficar pelotão, missão. Só isso que vai estar aqui na comunidade”, diz José Góes.

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