Pesquisadores da Embrapa Agrobiologia trabalham para criar pomares de espécies florestais nativas da Mata Atlântica. O objetivo é restaurar as áreas a serem recuperadas de reserva legal e de preservação permanente do bioma, que somam 12,5 milhões de hectares, segundo estimativa do Ministério do Meio Ambiente (MMA). Um dos principais entraves à restauração florestal é a baixa oferta de sementes e mudas nativas com qualidade e diversidade adequadas para serem plantadas. Por isso, a formação dos pomares é uma ação fundamental, como explica a pesquisadora da Embrapa Juliana Müller. “O papel de instituições de pesquisa como a Embrapa é providenciar essa fonte para aqueles que buscam reflorestamento com qualidade genética”, comenta.
Estudos com algumas espécies florestais já comprovaram que a baixa qualidade genética das sementes influencia no desempenho das árvores e pode afetar a sustentabilidade do plantio, tornando-o mais suscetível a pragas e doenças, além de menos capaz de se adaptar às mudanças climáticas. “Não estamos pregando que todos os reflorestamentos sejam feitos com sementes de alta diversidade genética, pois muitas vezes o plantio, mesmo com baixa diversidade genética, pode recuperar a capacidade do ambiente de se regenerar sozinho”, pondera Müller.
Para garantir um lote com qualidade genética é necessário coletar sementes de pelo menos 25 árvores em um mesmo fragmento de floresta e, de preferência, essa área deve ter algo em torno de 70 plantas da mesma espécie. A lei, no entanto, não exige que os produtores de sementes e mudas cumpram esse protocolo. “Seria até cruel chegar a esse nível de exigência”, comenta a pesquisadora da Embrapa. O alto custo da logística envolvida na atividade e a falta de conhecimento são os principais impeditivos para o procedimento-padrão.
Fonte: www.domtotal.com
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