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Pacote do Veneno avança no governo Bolsonaro


O Brasil tem aprovado agrotóxicos proibidos em outros países devido à toxicidade à saúde humana e ao meio ambiente (Foto: Arquivo EBC)

Chefiado pela ministra Tereza Cristina – a “musa do veneno” –, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou na segunda-feira, 2 de março, a liberação de mais 14 agrotóxicos. A lista traz ainda dois outros produtos de ação biológica, totalizando 16 defensivos, como preferem os ruralistas. Desde que Jair Bolsonaro e sua ministra tomaram posse, já foram liberados um total de 551. É como se a cada dia de governo eles dessem sinal verde para a comercialização de mais de um novo produto. “Esses 16 são um prenúncio de que vão aprovar muito veneno novo em 2020”, avalia Marcos Pedlowski, professor e pesquisador da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), que criou uma espécie de observatório da liberação de agrotóxicos no atual governo.


Outra avaliação é que a maioria dos produtores favorecidos pela liberação, muitos vinculados à associação CropLife, têm como fabricante primária uma empresa localizada na China. “Este fato reforça a relação direta entre Brasil e China no circuito mundial dos agrotóxicos e na grande circulação de commodities agrícolas. O problema é que as commodities brasileiras valem sempre menos que os agrotóxicos chineses, deixando ainda mais evidente quem sai ganhando ou perdendo nessa parceira envenenada”, diz.


Segundo a coordenação-geral de agrotóxicos e afins do Mapa, nove são classificados como produto improvável de causar dano agudo (categoria V). Apenas um é considerado altamente tóxico (categoria II), dois são moderadamente tóxicos (categoria III) e outros dois são pouco tóxicos (categoria IV). A julgar pela classificação, trata-se de produtos mais modernos e pouco nocivos à saúde e ao meio ambiente. Mas não é bem assim. “Ao menos quatro dos agrotóxicos do último lote de liberação – glufosinato, sulfentrazona, diafentiurom e tiodicarbe – estão proibidos pelo menos na União Europeia. O que põe fim à falácia da modernização como base para a liberação dessa enxurrada de novos venenos”, ressalta Pedlowski.

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