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ONU lamenta 'má direção' do mundo para conter mudanças climáticas


O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, discursa na abertura da COP24, em Katowice (Foto, AFP)

Os representantes de 200 países estão reunidos em Katowice desde domingo para tentar, em duas semanas, dar vida ao Acordo de Paris de 2015, que visa limitar o aquecimento global a +2°C, idealmente +1,5°C, em comparação com a era pré-industrial. Mas de acordo com o recente relatório dos cientistas do Giec, para manter o aquecimento abaixo de +1,5°C, as emissões de CO2 devem ser reduzidas em quase 50% até 2030, em comparação com 2010. Isto implica uma grande transformação da economia, algo que encontra forte resistência.


Mas, segundo o Secretário Geral da ONU, António Guterres, o mundo "não está tomando a boa direção" para frear os efeitos catastróficos das mudanças climáticas - advertiu o secretário-geral, nesta segunda-feira, na abertura da cúpula do clima (COP24), que acontece na Polônia. "Embora sejamos testemunhas de devastadores impactos climáticos que provocam o caos em todo mundo, continuamos sem fazer o necessário, não vamos suficientemente rápido", declarou Guterres no segundo dia da 24ª conferência da ONU, em Katowice.


"A mudança climática avança mais rápido do que nós e precisamos alcançar nosso atraso o mais rápido possível, antes que seja tarde demais", insistiu ele. "Para muitas pessoas, regiões e até mesmo países, já é uma questão de vida ou morte", assegurou. E prosseguiu Guterres: "é difícil entender por que, coletivamente, ainda estamos nos movendo tão lentamente, e mesmo na direção errada". Enquanto os países mais pobres pretendem aproveitar a cúpula para exigir mais compromissos das nações ricas, ele também enfatizou "a responsabilidade coletiva de ajudar as comunidades e os países mais vulneráveis, como Estados insulares e países menos desenvolvidos, apoiando políticas de adaptação e resistência" aos impactos das mudanças climáticas.


O primeiro-ministro de Fiji, Frank Bainimarama, presidente da COP23, aproveitou a oportunidade da reunião para destacar a urgência da ação. "Que Deus nos perdoe, mas se ignorarmos a evidência irrefutável, vamos nos tornar a geração que traiu a humanidade", advertiu. "Para aqueles que arrastam os pés, eu simplesmente digo 'atuem'", acrescentou, lançando "uma mensagem inequívoca" para aumentar as ambições contra o aquecimento global.

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