O Papa Francisco concedeu uma entrevista a um jornal italiano, na qual fala sobre vários assuntos. A entrevista, concedida a Domenico Agasso, especialista em assuntos do Vaticano, do jornal diário "La Stampa" e coordenador do "Vatican Insider", parte da situação atual da União Europeia e trata de temas como imigração, mudança climática e o próximo Sínodo sobre a Amazônia. O Papa Francisco afirma que a Europa deve ser salva porque é um patrimônio que "não pode nem deve se dissolver". O diálogo e a escuta "a partir da própria identidade" e dos valores humanos e cristãos são o antídoto contra soberanismos e populismos e o motor para "um processo de relançamento", "que vá em frente sem interrupções".
A esperança é que a Europa volte a ser a do "sonho dos pais fundadores". Uma visão concretizada pela implementação dessa unidade histórica e cultural, além de geográfica, que caracteriza o Velho Continente. O Papa explica que embora tenha havido "problemas de administração e divergências internas", a nomeação de, Ursula von der Leyen, como chefe da Comissão Europeia, "pode ser adequada para reavivar a força dos pais fundadores", porque "as mulheres têm a capacidade de aproximar e de unir".
Francisco também falou sobre o Sínodo. “O Sínodo sobre a Amazônia será uma resposta à emergência ambiental planetária, mas nasce da Igreja e terá uma dimensão evangelizadora”, afirmou. O Papa ressalta que o Sínodo sobre a Amazônia é filho da Laudato Si’, acrescentando que quem não a leu jamais entenderá o Sínodo sobre a Amazônia. Francisco reitera: não é uma encíclica verde, mas uma encíclica social baseada no cuidado da Criação. Ao mesmo tempo é um “Sínodo urgente”. Francisco se diz chocado com o fato de que em 29 de julho o homem já tenha consumido todos os recursos regeneráveis para o ano em andamento. Isso, junto ao derretimento das geleiras, ao risco de aumento do nível dos oceanos, do incremento do lixo plástico no mar, do desmatamento e de outras situações críticas, faz com que o planeta viva numa “situação de emergência mundial”.
O Sínodo, adverte o Papa, “não é uma reunião de cientistas ou de políticos. Não é um parlamento: é outra coisa. Nasce da Igreja e terá missão e dimensão evangelizadora. Será um trabalho de comunhão conduzido pelo Espírito Santo”. Os temas importantes dizem respeito aos “ministérios da evangelização e aos vários modos de evangelizar”, explica Francisco. Para o Papa, a Amazônia é decisiva para o futuro do planeta.
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