Demorou menos de oito meses para a humanidade usar todos os recursos naturais disponíveis do planeta para o ano. Dia 29 de julho é o dia em que o Planeta Azul entra no vermelho: o Dia de Sobrecarga da Terra (em inglês, Overshoot Day). Este dia chega cada vez mais com dramática antecipação. “Uma situação que está empobrecendo cada vez mais a terra e quebra o equilíbrio da natureza e do futuro do próprio homem”, afirma Alfonso Cauteruccio, presidente da Greenaccord, uma entidade não governamental cristã que trabalha pela sensibilização da questão ambiental.
Todos os anos, a Global Footprint Network (GFN) calcula o número de dias daquele ano em que a biocapacidade do planeta Terra é suficiente para suportar a "Pegada Ecológica" da humanidade naquele mesmo ano. O restante do ano corresponde ao uso excessivo global. Para calcular o Dia da Sobrecarga da Terra, divide-se a biocapacidade mundial (a quantidade de recursos ecológicos que o planeta é capaz de gerar naquele ano) pela Pegada Ecológica mundial (a demanda da humanidade naquele ano) e multiplica-se por 365, que é o número de dias no calendário anual.
Oficialmente o primeiro Dia da Sobrecarga da Terra foi 21 de dezembro de 1971, quando a terra registrou 10 dias “no vermelho”. Depois desta data a tendência foi sempre de antecipar o dia, chegando a 1º de agosto em 2018. Um dado tão negativo que se calcula que atualmente são consumidas 1,7 vezes a capacidade regenerativa anual da terra. E seguindo nestes passos, em 2050 a humanidade consumirá o dobro do que o planeta produz. “Somos uma geração de cigarras e não de formigas – explica Cauteruccio ao Vatican News – de fato exageramos nos consumos e não temos a sobriedade que a Terra nos implora. Com a natureza – sublinha – não se brinca porque quando o dano é grave não se pode arrepender”.
O impacto ambiental do Dia da Sobrecarga da Terra que chega antecipado atinge regiões já desestabilizadas por causa da seca, da desflorestação e desertificação. Mas sobretudo pelos recursos alimentares escassos pois os parâmetros para definir este cálculo referem-se ao consumo de frutas, verduras, carnes, peixes, água e madeira.
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