(Foto: Mauro Pimentel/AFP)
A pandemia do novo coronavírus, desencadeou uma série de adaptações necessárias aos milhares de lares do Brasil. Com as medidas de isolamento social, a rotina dos trabalhadores e trabalhadoras ficaram ainda mais complicadas, além da iminente preocupação em manter-se no emprego e, principalmente, protegidos. O vírus pode contaminar homens e mulheres de forma equivalente, porém, com a desigualdade de gênero, as mulheres têm enfrentado mais desafios.
Segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), elas representam 70% doa trabalhadores que atuam na área da saúde e do terceiro setor. 85% das enfermeiras são mulheres, no Brasil, de acordo com levantamento sobre profissão realizado na América Latina – a pesquisa “Pesquisa Perfil da Enfermagem”, produzida em 2013 pelo Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Dados do IBGE também mostram que o trabalho não-remunerado atinge 36,8% das mulheres, que destinam seu tempo aos cuidados, contra 25,9% dos homens. Em relação aos afazeres domésticos, a disparidade é ainda maior: 92,1% para elas e 78,6% para eles. Com as escolas fechadas, a necessidade de cuidados dos idosos e serviços de saúde sobrecarregados, o trabalho não-remunerado representou um aumento significativo durante a pandemia.
Além disso, o racismo se torna um obstáculo ainda maior para enfrentar. Segundo pesquisa realizada pelo Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde (NOIS), o impacto das desigualdades raciais na letalidade por Covid-19 no País os pacientes internados da cor branca, 62,07% conseguiram se recuperar da doença e 37,93% vieram à óbito. Para a população preta e parda, os números se invertem: 54,78% de mortes, para 45,22% de recuperados.
Fonte: Carta Capital.
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