Uma articulação iniciada por movimentos populares e entidades que atuam na pauta da agricultura familiar, em Pernambuco, pode trazer soluções para o escoamento e a comercialização dos alimentos produzidos pelas famílias, no estado. Na última semana, o Comitê Emergencial do Campo foi criado e vem propondo ações nesse sentido. “Tivemos uma primeira reunião com a Secretaria de Agricultura do Estado e alguns parlamentares. Levantamos um conjunto de desafios nos municípios e apresentamos propostas para garantir que a produção seja mantida no campo e seja feita a distribuição de alimentos para as famílias da zona urbana que mais necessitam”, diz Giovanne Xenofonte, coordenador da ONG Caatinga.
A principal proposta é uma edição estadual do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que faz a compra de alimentos da agricultura familiar e doa para entidades que atendam pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional. As atribuições do comitê em Pernambuco são divididas entre a Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), a Secretaria Executiva de Agricultura Familiar (Seaf / PE), o Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) e o Instituto de Terras e Reforma Agrária de Pernambuco (Iterpe).
Dilson Peixoto, secretário de Desenvolvimento Agrário, informa que um projeto para a criação de um programa estadual foi encaminhado para a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) e que existe uma articulação para que a iniciativa se estenda para todo o Nordeste. “Já entramos em diálogo com o governo, conversei com próprio governador e enviamos uma minuta de um projeto que cria as diretrizes do PAA, que está sendo analisado e será enviado para a Alepe em regime de urgência. Também estamos pensando em programas no âmbito do Consórcio Nordeste, a exemplo do Programa de Alimentação Saudável (PAS), que seria um grande PAA nos nove estados do Nordeste”, explica Peixoto.
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