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Mais de 3,5 mil sem-terra ocupam Brasília no 1º Encontro Nacional de Mulheres do MST


Evento está sendo construído há dois anos pelas bases do Movimento. Na programação, há mesas e debates sobre capitalismo, patriarcado, racismo e violência (Foto: Juliana Adriano / MST)

Com o lema “Mulheres em Luta: Semeando a Resistência”, cerca de 3,5 mil mulheres ocuparão Brasília (DF), entre os dias 5 e 9 de março, durante o 1º Encontro Nacional das Mulheres Sem Terra. Esta é a primeira vez na história do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que um encontro é protagonizado exclusivamente por mulheres camponesas. O evento ocorrerá no Parque da Cidade, um dos maiores parques urbanos do mundo e o maior da América Latina. “Nós temos, desde a Amazônia até o Sul do país, as nossas experiências de resistência e, com certeza, nesses dias nós teremos um importante diagnóstico e, mais do que isso, uma projeção sobre como que as mulheres participam e vão participar ainda mais da luta”, diz Kelli Mafort, integrante da coordenação nacional do MST.


Ela explica que o Encontro também servirá para orientar os movimentos sobre a questão de gênero. As bases do MST estão se mobilizando há dois anos para viabilizar o evento. Mulheres sem terra de acampamentos e assentamentos em 24 estados participaram de debates e formações sobre vários temas, como a produção agroecológica, produção de alimentos saudáveis, enfrentamento à violência, autonomia econômica das mulheres e resistência nos territórios.


Mafort destaca que o encontro está estrategicamente posicionado em uma conjuntura de ataque do governo Bolsonaro às políticas de reforma agrária e pautas das mulheres e que um dos objetivos é traçar uma perspectiva de médio prazo para a luta política do país. “A conjuntura exige uma ação de radicalidade para gente poder enfrentar e derrotar esse projeto que está no poder. Essa luta radical, ela vem daqueles e daquelas que lutam por terra, por direitos, mas também lutam em defesa da vida e quando a gente fala da luta das mulheres, a gente fala da luta de seres humanos que lutam para se manter vivos. Então, falamos de situações extremas de violência de feminicídio, violência que ainda são piores em relação às mulheres do campo, às mulheres negras”, aponta Mafort.

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