O militante indígena Zezico Rodrigues, do povo Guajajara, foi morto nesta terça-feira, 31 de março, no município de Arame, no Maranhão. O homem foi assassinado com tiro de espingarda na estrada da Matinha, próximo à aldeia Zutiwa, mas ainda não há pistas sobre quem cometeu o crime. Diretor do Centro de Educação Indígena Azuru, Zezico é o quinto indígena assassinado no Maranhão em pouco mais de quatro meses. Somente a terra indígena Arariboia, à qual pertencia Zezico, já contabilizava o assassinato do líder Paulino Guajajara, morto por conflitos de terra em novembro de 2019.
Desde o início da gestão de Jair Bolsonaro (sem partido), os ataques aos povos indígenas foram intensificados no Brasil. Segundo o coordenador do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) no Maranhão, Girdelan Rodrigues da Silva, Zezico foi uma liderança que sempre defendeu o seu povo e a natureza. "É uma liderança que sempre lutou pela defesa do território contra as queimadas, uma liderança muito aguerrida pela proteção do seu território. O povo Guajajara pede que esse crime não fique impune e os órgãos responsáveis possam fazer a investigação e punir aqueles que ceifaram a vida de Zezico Guajajara em uma emboscada".
O coordenador do Cimi ressalta que é preciso não só que as autoridades tomem uma providência em relação às mortes dos indígenas no Maranhão, mas que a sociedade civil se posicione junto aos indígenas. A Secretaria de Direitos Humanos e Participação Popular do Maranhão (Sedihpop) já acionou, por meio da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP), a Força Tarefa de Proteção à Vida Indígena (FT-Vida).
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