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Impostos no Brasil: pobre paga mais, ricos são isentos e sonegadores premiados

Foto do escritor: Equipe de ComunicaçãoEquipe de Comunicação


No centro do debate, duras críticas à política fiscal praticada no Brasil, e algumas saídas para reverter as desigualdades (Foto: REPRODUÇÃO/YT)

O Brasil das injustiças históricas é injusto até mesmo na hora de debater certos temas, em que a realidade acaba por ficar oculta, como é o caso da incidência de tributos e da recorrente discussão sobre reforma tributária. “As pessoas reclamam que no Brasil se paga muito imposto, mas não é verdade. O problema é que os pobres pagam muito mais que os ricos”, afirmou o professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Eduardo Fagnani.


No centro do debate, duras críticas à política fiscal praticada no Brasil, e algumas saídas para reverter as desigualdades e promover uma reforma de fato. O problema é quem paga o imposto. Nos países europeus, a maior parte dos tributos incide sobre a renda das pessoas que ganham mais e também sobre o patrimônio”, continuou Fagnani.


“Aqui, metade dos impostos são sobre o consumo. Portanto, metade do preço de um automóvel é de imposto. Metade da pizza é imposto. Por outro lado, aqueles que ganham mais de R$ 290 mil por mês, tem 70% de sua renda não tributada. Essa é a questão. Os impostos incidem sobre o consumo e não sobre renda e patrimônio”. Essa é a injustiça. Não tributa o sujeito milionário e tributa muito quem ganha pouco”.


“O interessante é que, das isenções, a mais importante delas fica à sombra. Foi criada em 1995, pelo governo Fernando Henrique Cardoso. Isentaram todos os sócios e acionistas de empresas da distribuição de lucros e dividendos”. Funciona assim: quando os lucros de um período de empresas são divididos entre seus acionistas, essa renda está isenta.


Um trabalhador assalariado tem que preencher sua declaração de imposto de renda com todos os rendimentos na parte de tributáveis. O empresário informa seus lucros na parte de isento. “O Itaú, por exemplo, registrou um lucro de R$ 21 bilhões. Seus acionistas principais, que são quatro ou cinco pessoas, receberam os dividendos, como pessoa física, e ficaram isentos. Foram R$ 9 bilhões isentos de tributação. Enquanto isso, um professor paga 27,5% de imposto de renda retido na fonte”, comparou Fagnani.

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