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Há 30 anos o Seapac semeia esperança no semiárido potiguar

Um serviço da Igreja Católica no Rio Grande do Norte que defende os direitos sociais e promove práticas e saberes junto às famílias que convivem no semiárido.


JOVEM AGRICULTOR QUE PRODUZ ALIMENTOS AGROECOLOGICOS NA COMUNIDADE CONCEIÇÃO, ZONA RURAL DO MUNICIPIO DE ENCANTO - (FOTO: CAIO BARBOSA/SEAPAC)

CAIO BARBOSA | ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO - SEAPAC

Natal | Rio Grande do Norte


Você já escutou a expressão: trabalho de formigas? Essa expressão que cerca o imaginário popular e os contos infantis, tem um significado muito original para descrever a importância do trabalho coletivo. A expressão passa o entendimento de que o trabalho deve ser bem organizado, feito com dedicação e muito esforço para se chegar aos objetivos. Interpretando a analogia das formigas, podemos encontrar a razão e a explicação para os 30 anos ininterruptos do trabalho realizado pelo Serviço de Apoio aos Projetos Alternativos Comunitários - SEAPAC, uma entidade vinculada à Igreja Católica e presente nas três Dioceses do Rio Grande do Norte - Caicó, Mossoró e Natal.


Em abril de 1993 nasce o Seapac, um dos expressivos serviços da caridade da Igreja Católica no estado do Rio Grande do Norte, que tem como objetivo promover a defesa e a garantia dos direitos sociais, individuais e coletivos das populações socialmente vulneráveis. Trabalhando metodologias e ações práticas que ajudem as famílias e grupos acompanhados a realizarem o pleno exercício da cidadania e a intervenção qualificada nos espaços de decisões, controle e efetivação das políticas públicas. Atualmente as ações do Seapac são desenvolvidas em quatro eixos temáticos: Mudanças Climáticas e Agroecologia, Cidadania e Defesa de Direitos, Intervenção Direta em Políticas Públicas e Desenvolvimento Institucional.

ATIVIDADE DE ACOMPANHAMENTO E ARTICULAÇÃO COM AS ASSOCIAÇÕES COMUNITÁRIAS DA REGIÃO DO TRAIRI - FOTO: CAIO BARBOSA/SEAPAC

Com organização, dedicação e muito esforço - assim como as formigas - o Seapac completa 30 anos em 2023, realizando um relevante trabalho no semiárido potiguar. Por meio das ações e projetos desenvolvidos nos territórios, o Seapac conseguiu ao longo da sua caminhada levar esperança às famílias que necessitavam de apoio para garantir seus direitos básicos, como o acesso à água potável, direito ao saneamento rural e à assistência técnica em agroecologia. Além disso, a instituição promove a integração de tecnologias sociais que fortalecem o bem-viver das comunidades rurais do semiárido.


Apenas no último ano (2022) as equipes do Seapac desenvolveram mais de 800 atividades nas regiões do Trairi, Seridó e Alto Oeste, destacando ações de fomento à agroecologia, por meio de oficinas e dias de partilha, viabilizando a mais de 125 famílias a garantia da produção de alimentos saudáveis nos territórios. O Seapac também participou efetivamente da articulação da proposta de criação da lei 11.332/2022, que estabelece a política de reuso de águas para fins não potáveis no estado do Rio Grande do Norte.


AS RAÍZES DO TRABALHO: DIREITOS HUMANOS E AGROECOLOGIA O Seapac contribui diretamente com setores populacionais que vivem em situação de vulnerabilidade social, no campo e na cidade, por meio de parcerias no desenvolvimento dos projetos. A organização busca tornar o indivíduo protagonista na conquista e no acesso aos Direitos Humanos e na efetivação de políticas públicas. Permeados por essa vocação fraterna, o Seapac tem realizado ações em torno dos seus eixos temáticos e em cooperação com as famílias para o desenvolvimento de práticas e metodologias populares que garantam uma convivência social integrada ao semiárido potiguar.

DIA DE PARTILHA DO SEAPAC EM CONJUNTO COM JOVENS DA ESCOLA MUNICIPAL DE SÃO MIGUEL NO ALTO OESTE POTIGUAR - FOTO: CAIO BARBOSA/SEAPAC

Na temática das mudanças climáticas e da agroecologia, o Seapac tem trabalhado na implementação de tecnologias sociais para mitigação dos efeitos das mudanças e às transformações ambientais no planeta, com enfoque na convivência com o semiárido. Como também tem realizado mobilizações comunitárias, formações e acompanhamentos técnicos às famílias da agricultura familiar, promovendo os princípios da agroecologia no território. Outro eixo temático de trabalho é focado na cidadania e defesa de direitos, por meio do fortalecimento de organizações da sociedade civil, criando, reestruturando e regulamentando as associações e entidades de base comunitária, e estimulando a interação entre elas. Além disso, promove a criação e o fortalecimento de redes de articulação e participação social em níveis estadual, municipal e microrregional.


O Seapac também realiza seu trabalho efetivando o acesso da população a espaços de incidência política e de participação social da esfera pública, como fóruns e conselhos municipais, estaduais e nacionais. Isso em benefício do controle social e da conquista de políticas públicas que contribuam para uma vida mais digna e justa das famílias no semiárido.


SEMEANDO RESULTADOS DE ESPERANÇA O trabalho - de formigas - do Seapac é expressado nos resultados alcançados ao longo dos anos de atuação no Rio Grande do Norte. Em números, nas últimas duas décadas, o Seapac implementou mais de 20,5 mil tecnologias sociais, impactando diretamente mais de 19 mil famílias em busca de uma melhor expectativa de vida e integração na convivência com o semiárido potiguar.

DIA DE FEIRA AGROECOLOGICA NO IFRN DE PAU DOS FERROS, COM AS FAMÍLIAS DA AGRICULTURA FAMILIAR ACOMPANHADAS PELO SEAPAC EM SÃO MIGUEL (RN) - FOTO: CAIO BARBOSA/SEAPAC

As ações do Seapac já chegaram nos 167 municípios do Rio Grande do Norte, e ultrapassaram as fronteiras do estado nas suas relações e articulações em redes e grupos, por meio do seu trabalho realizado via projetos e parcerias. No último ano de 2022 o Seapac esteve trabalhando em cerca de 12 municípios, sensibilizando quase 1.000 famílias das zonas rurais e urbanas, com suas atividades, e implementando mais de 260 tecnologias sociais que fomentam e estimulam a agricultura familiar e a economia solidária nas comunidades. Além disso, trabalhou para assegurar o direito ao saneamento rural, à água potável e a diversos outros conjuntos de direitos sociopolíticos e culturais às famílias acompanhadas.


Nos últimos 20 anos de história, o Seapac foi responsável por impactar a vida de aproximadamente 75,5 mil pessoas, cerca de 3% do total da população das áreas rurais e urbanas do Rio Grande do Norte. Foram mais de 18,5 mil cisternas do P1MC, programa que garante o acesso à primeira água (para o consumo humano). Somando a construção das cisternas do P1+2 (segunda água) mais as cisternas escolares, são mais de 1.500 tecnologias sociais implementadas que ajudaram a transformar a realidade das comunidades rurais do estado.


Os 30 anos de história do Seapac ainda são embrionários diante da transformação que o Rio Grande do Norte necessita para mitigar as vulnerabilidades sociais, culturais e políticas. O Seapac seguirá construindo a missão da Igreja Católica de ajudar e cuidar dos irmãos e irmãs mais necessitados, defendendo a garantia dos Direitos Humanos e ajudando a construir a Soberania Energética e Alimentar dentro dos territórios do semiárido, prosperando a agroecologia, o direito à água e implementando tecnologias sociais que geram saúde, renda financeira e esperança na vida das famílias.

COORDENAÇÃO E EQUIPE TECNICA DO SEAPAC 2023 - FOTO: CAIO BARBOSA/SEAPAC

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