Greve pelo Clima e por direitos une jovens, ambientalistas e trabalhadores

Jovens em todo o mundo cansaram de esperar que dirigentes à frente dos governos nacionais e dos negócios tomem as devidas atitudes contra o aquecimento global e as ameaças ao meio ambiente. Eles lideram a Greve Global pelo Clima, que deve parar as principais cidades do planeta na próxima sexta-feira (20). No Brasil, a articulação entre estudantes, movimentos sociais e sindicatos combina a denúncia do “desprezo” do governo Bolsonaro pelas questões ambientais e as constantes ameaças aos direitos sociais e trabalhistas.
A bióloga Marcela Batista Durante, coordenadora da Rede Emancipa de cursinhos populares e integrante Coalizão pelo Clima, diz que a situação no Brasil, atualmente, é “muito preocupante”, por conta das queimadas que destroem biomas como a Amazônia, o Pantanal e o Cerrado. “Aqui, no Brasil, por termos grandes biomas, uma diversidade que é única em todo o mundo, cabe a nós organizar um movimento que dê uma resposta à altura para todos os ataques que a gente está sofrendo”, afirmou.
A Coalizão pelo Clima é inspirada no movimento FridaysForFuture (Sextas pelo Futuro), liderado pela jovem ativista sueca Greta Thunberg, de 16 anos. Desde o ano passado, às sextas-feiras, ela passou a protestar diante do parlamento sueco com um cartaz feito à mão que dizia simplesmente: “Greve Escolar pelo Clima”. O exemplo se espalhou entre os estudantes europeus, que passaram a exigir ações urgentes de combate às mudanças climáticas. “Nossa casa está pegando fogo” se tornou o lema da garota. Em dezembro do ano passado, durante Conferência do Clima da ONU, a COP20, ela a criticou as eternas discussões que não resultam em soluções objetivas. “Vocês não são maduros o suficiente para falar das coisas como elas são. Até esse fardo vocês deixam para nós, crianças”, afirmou.
Segundo o presidente da CUT-SP, Douglas Izzo, a articulação entre jovens, ambientalistas e sindicalistas se dá em prol de uma sociedade mais justa, que defende direitos sociais e trabalhistas e que respeita o meio ambiente. “É justamente o contrário do que acontece no país hoje. Temos um presidente que ataca os direitos dos trabalhadores, permissivo aos grandes grupos de latifundiários, que praticamente incentiva o desmatamento da floresta amazônica”, comentou.