A Coordenação-Geral de Agrotóxicos e Afins do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento publicou ontem (17), no Diário Oficial da União, nova remessa com 63 agrotóxicos liberados para venda no país. Já são 353 venenos autorizados em menos de nove meses, desde o início do governo de Jair Bolsonaro (PSL). O país líder mundial no consumo desses produtos vai se tornando o paraíso para fabricantes, importadores e exportadores. Da lista publicada hoje, sete substâncias classificadas como extremamente tóxicas são princípio-ativo de 15 produtos liberados. Entre eles estão o sulfoxaflor e imazapir, um dos responsáveis pela mortandade de abelhas no Brasil e em todo o mundo.
Há quatro princípios altamente tóxicos em 10 das novas liberações, como o clorfenapir, banido no Reino Unido, e o Fipronil, que não foi aprovado nem nos Estados Unidos e nem pelos britânicos. O produto está entre os mais nocivos às abelhas, tanto que o Ministério Público do Rio Grande do Sul pediu à Justiça a sua suspensão do cadastro estadual de agrotóxicos. E sete substâncias medianamente tóxicas compõem 22 novos itens do portfólio cada vez mais variado da indústria de agrotóxicos. Entre eles, o clorpirifós. Proibido em diversos países, como Arábia Saudita, que anunciou hoje acordo de importação de frutas e castanhas do Brasil, é muito usado em lavouras de frutas cítricas.
Segundo o Ministério da Agricultura, a ampla maioria dos produtos registrados já tiveram a patente expirada. E esses genéricos “aumentam a concorrência no mercado e diminuem o preço, caindo o custo de produção”. Problema é quanto mais barato, maior o consumo. Além disso, as maiores lavouras – soja, milho, algodão, eucalipto – são à base de plantas geneticamente modificadas para resistir a maiores doses de venenos agrícolas. A farra dos agrotóxicos no Brasil tem motivado diversas ações de boicote aos produtos brasileiros. É o caso de supermercadistas da Suécia. Em janeiro, a Rússia havia imposto ao Ministério da Agricultura uma condição para continuar comprando a soja brasileira: reduzir o uso desses produtos.
Fonte: www.redebrasilatual.com.br
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