Quando se fala em perda da cobertura vegetal, aumento das emissões de carbono e redução de biodiversidade em toda a Floresta Amazônica, o desmatamento é apontado como a principal causa. No entanto, as atenções devem ser voltadas principalmente para a degradação causada por queimadas e o corte seletivo de árvores de maior valor econômico, responsável por 50% da redução de densidade florestal no período de 2003 a 2016.
A constatação é de cientistas, especialistas e líderes indígenas vinculados ao Woods Hole Research Center (WHRC), Coordenação das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica (COICA), Rede Amazônica de Informação Socioambiental (RAISG), Fundo de Defesa Ambiental (EDF) e Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM). Essas organizações participaram de estudo publicado na última segunda-feira, na revista Proceedings of the National Academy of Science, da Academia de Ciências dos Estados Unidos. Eles analisaram imagens de satélite combinadas com dados de campo relativos à toda a Amazônia, que se estende pelo Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa.
A novidade é preocupante. Enquanto o desmatamento por corte raso, seja por meio de correntões ou de maquinário, converte rapidamente a floresta original principalmente em pasto, a degradação consiste em um processo de longo prazo, que envolve a ocorrência de fogo acompanhado ou não da exploração madeireira insustentável, com intensidade que varia conforme as causas e os fatores envolvidos. “Além disso, é muito mais difícil identificar a degradação por imagens de satélite”, disse à RBA o engenheiro cartográfico Cícero Cardoso Augusto, coordenador de geoprocessamento no Instituto Socioambiental (Isa), que participou do estudo, cuja continuidade terá como objeto as causas da degradação.
Fonte: www.redebrasilatual.com.br
Comentarios