Fiocruz se junta aos esforços de combate ao óleo no Nordeste

Fundação Osvaldo Cruz afirmou que vai atuar junto ao Ministério da Saúde para analisar os impactos na saúde da população litorânea do Nordeste. O anúncio foi feito no último dia 4. A região foi impactada pelo derramamento de óleo. Segundo nota emitida pela fundação, o foco principal da ação - que será desenvolvida em conjunto com o Centro de Operações de Emergência (COE Petróleo) - é monitorar a qualidade dos alimentos sendo fornecidos na região. Também vai capacitar a população para lidar com os efeitos nocivos do óleo e informar os moradores atingidos a respeito dos riscos envolvidos no contato com o material e sobre seu descarte apropriado.
Cerca de 144 mil pescadores e marisqueiras vivem na região afetada e dependem diretamente do mar, seja como fonte de alimentação, seja como fonte de renda. A Fiocruz enfatizou que deve focar seus esforços no atendimento dessa população cuja vida depende das águas. Em entrevista à coluna Repórter SUS, que vai ao ar nesta sexta-feira (08), a pesquisadora Idê Gurgel, da Fiocruz Pernambuco, falou sobre a ampla variedade de efeitos nocivos que o contato com o óleo tem na saúde humana. “Os sintomas têm variado: desde irritação de pele e mucosas até problemas respiratórios, mal-estar, náuseas, tonturas”, afirmou. Ela enfatizou que a mobilização de voluntários nos esforços de contenção do óleo tem aumentado o número de pessoas impactadas pela substância.
A situação tem preocupado membros da Fiocruz envolvidos na força-tarefa que analisará os impactos do óleo sobre a saúde da população. “A gente pode ter desde quadros leves até quadros graves, como o coma e a pneumonia química. Os efeitos crônicos [do contato com o óleo] comprometem diferentes órgãos e sistemas, porque ele é neurotóxico, com ação no sistema nervoso central”, explica.
Fonte: www.brasildefato.com.br