O agrônomo Fabrício Edino Jales, do Núcleo do Seapac de Pau dos Ferros, região do alto oeste do Rio Grande do Norte, realizou interessante dia de partilha de saberes, na última sexta-feira, 10 de maio, na Unidade Produtiva Familiar (UPF) de dona Ezilda Maria e seu Antônio Lisboa, na comunidade Conceição, município de Encanto-RN. O objetivo foi partilhar os saberes do casal sobre a produção de corantes, a partir do Urucum, e de mudas de plantas, com um grupo de 9 mulheres e alguns homens. “O casal tem apenas dois pés de urucum, mas produz cerca de 10 quilos de colorau por ano e fornece para duas irmãs de dona Ezilda e para outras vizinhas”, comenta Fabrício.
A partilha de saberes sobre como produzir o corante a partir da semente do urucum foi todo conduzido por dona Ezilda Maria. “Ela utilizou 500 gramas de sementes de urucum e duas cabeças de alho, farinha branca e óleo, ao mesmo tempo em que explicava às mulheres o passo-a-passo do processo”, explicou o agrônomo do Seapac. Além de explicar o processo, dona Ezilda também tirou dúvidas de algumas das participantes, que já tinham conhecimento de familiares que falavam sobre a produção do colorau. No final, o produto foi acondicionado em pacotes de 100 gramas e entregue a cada uma das participantes.
Segundo Fabrício, essas mulheres não levaram apenas essas 100 gramas de colorau. “Elas levaram, também, a oportunidade e a importância de produzir o seu próprio urucum, porque dona Ezilda também entregou a cada uma delas uma muda da planta. Isso é um valor simbólico, porém muito importante, porque sabem que colocam nos alimentos um tempero que elas mesmas produziram, com a certeza de que não contém agrotóxico”, comentou Fabrício. A filha de uma das participantes também distribuiu mudas de maracujá, que já produz no quintal de casa.
No final, Fabrício mostrou todo o processo de produção de mudas, como o abacaxi e o xuxu, e também distribuiu com as participantes alguma mudas de ameixa peruana. “Um dos objetivos desses dias de partilha de saberes é fazer com que as famílias tornem suas UPFs cada vez mais produtivas e produzir alimentos cada vez mais saudáveis, livres dos agrotóxicos”, explicou o agrônomo. Ele também classifica esse trabalho como muito interessante, porque está envolvendo cada vez mais um maior número de mulheres e de forma muito intensa. “Isso tem um significado enorme, porque contém um saber que é compartilhado e passa para outras famílias. É uma verdadeira troca de saberes e experiências”, finaliza Fabrício.
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