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“Extrema pobreza voltou aos níveis de 12 anos atrás”


O gráfico ActionAid e Ibase é resultado do processamento de microdados de Pnads Contínuas (a partir de 2012) e de Pnads de 1992 a 2011. As Pnads não são feitas nos anos em que são realizados os censos demográficos.

Ao deixar em a relação de países que têm mais de 5% da população ingerindo menos calorias do que o recomendável, em 2014, o Brasil atingiu um feito inédito de sair do Mapa da Fome da ONU. Mas, após três anos do feito, um relatório de 20 entidades da sociedade civil, publicado em julho do ano passado, alertava sobre os riscos de o país retornar ao mapa indesejado.


O economista Francisco Menezes, pesquisador do Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas) e da Action Aid Brasil, fez parte da equipe que elaborou o relatório. Ele, também especialista em segurança alimentar, conta que no final deste mês um novo documento atualizado da sociedade civil será lançado. “A nossa nova advertência já leva a quase uma certeza”, alerta Menezes. Essa quase certeza, segundo ele, é de que o Brasil voltará ao Mapa da Fome. “Toda a experiência sempre mostrou que os números da extrema pobreza com os números da fome são muito próximos”, comenta.


Em relação à pobreza e extrema pobreza, por exemplo, levantamento da Action Aid Brasil indica que nos últimos três anos — 2015-2017 — o país voltou ao patamar de 12 anos atrás no número de pessoas em situação de extrema pobreza. Ou seja, mais de 10 milhões de brasileiros estão nessa condição. “Isso nos leva a crer que aquela correlação pobreza versus fome sugere fortemente que a gente já está, neste momento, numa situação ruim, que deve aparecer com os dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares — POF — do final de 2018”, diz Menezes.

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