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Ex-Ministro diz que falar em retorno à normalidade é ‘enorme irresponsabilidade’


Reabertura de shopping ontem em Blumenau causa aglomerações (Foto: reprodução/Instagram)

Para o ex-ministro da Saúde Arthur Chioro, falar em relaxamento do isolamento social, quando sequer foi alcançado ainda o pico da pandemia de coronavírus, no Brasil, é uma “enorme irresponsabilidade”. Segundo ele, as declarações “sem sentido” do atual ocupante da pasta, Nelson Teich, nesta quarta-feira (22), escondem a “incapacidade” do governo em coordenar os esforços no combate à doença. Não apenas as autoridades federais, mas também o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e outras autoridades estaduais criam uma “falsa sensação” de retorno à normalidade, quando as perspectivas apontam no sentido contrário, segundo o ex-ministro.


Chioro lembrou que a escassez no número de testes e a demora na divulgação dos resultados fazem com que as estatísticas remetam a um quadro defasado em pelo menos duas semanas da real situação da pandemia. Aos jornalistas Marilu Cabañas e Glauco Faria, para o Jornal Brasil Atual, nesta quinta-feira (23), ele lembrou que estimativas do próprio ministério apontam que a transmissão da doença deve entrar em fase acelerada entre final de abril e início de maio.


“Deveremos alcançar o ápice do número de casos, o que vai depender do grau de adesão do isolamento ao longo do mês de junho. Considero uma enorme irresponsabilidade. Como não têm o que falar, como não conseguiram organizar nem a capacidade de resposta para garantir testes, equipamentos de proteção e nem a ampliação do número de leitos, começam a criar uma sensação para a população de que estamos voltando à normalidade, quando ainda não é possível imaginar essa perspectiva”. Chioro afirma que a pandemia chegou ao Brasil cerca de 45 dias depois de ter atacado a maioria dos países europeus. Essa “defasagem” oferece ao Brasil a oportunidade de aprender com os erros e acertos deles.

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