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Empresas rurais de deputados violam a lei trabalhista


Deputado Beto Mansur (MDB/SP), cujas fazendas foram flagradas duas vezes com trabalho análogo ao de escravo (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Trabalhadores rurais exaustos, intimidados por seguranças armados, correndo risco de acidentes e sem carteira de trabalho. A realidade nas fazendas de alguns deputados federais é o oposto das leis que eles são eleitos para criar. Dos 43 deputados federais que são sócios ou administradores de empresas rurais, 11 já foram autuados por violar a lei trabalhista – 25,6% do grupo. Dois deles foram flagrados com trabalhadores em situação análoga à escravidão e outros cinco com funcionários sem carteira assinada. As infrações dos 11 deputados somam um total de 286 autos, que incluem ainda o não pagamento do FGTS, o desrespeito ao tempo de descanso, falhas na prevenção de acidentes, entre outros.


Os dados são da Receita Federal e do Ministério do Trabalho. O cruzamento é resultado do Ruralômetro, ferramenta desenvolvida pela Repórter Brasil para monitorar a atuação dos deputados federais em áreas de impacto ao meio ambiente, povos indígenas e trabalhadores rurais. Dos 11 deputados infratores, dez são da bancada ruralista, a Frente Parlamentar Agropecuária. Todos estão concorrendo ao pleito deste ano: dez à reeleição e um ao Senado.


O caso que mais chama a atenção é do deputado Beto Mansur (MDB/SP), cujas fazendas foram flagradas duas vezes com trabalho análogo ao de escravo. O parlamentar cultiva soja e cria gado em Bonópolis, norte de Goiás (455 km da capital). Foi lá que, em 2012, auditores do trabalho resgataram 22 homens plantando soja em jornadas de 24 horas. Eles trabalhavam das 7h às 7h, com intervalos de 30 minutos para o almoço e o jantar. “A jornada era tão exaustiva que eles laboravam até não mais ficarem acordados”, afirma o coordenador da fiscalização e auditor fiscal Roberto Mendes. “Quando chegava às 2h, paravam a máquina e dormiam por alguns minutos no chão, no meio do campo”.

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