Cerca de 150 países, incluindo o Brasil, comemoraram, neste 16 de outubro, o Dia Mundial da Alimentação. A data marca o dia da fundação da FAO - Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, em 1945. Mas a celebração só foi estabelecida em novembro de 1979 pelos países membros na 20ª Conferência da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura.
O uso indiscriminado de agrotóxicos, o crescimento do consumo de fast foods, principalmente com o atual sistema de entrega via aplicativos, e a rotina de uma vida agitada, estimulada pelo modelo socioeconômico neoliberal, vêm afastando as pessoas do hábito de pensar e planejar o que comer, do ato do preparo, de cozinhar as refeições. Esse afastamento da cozinha e a disponibilidade de comida pronta afetam diretamente o comportamento alimentar e a saúde das pessoas nos dias atuais.
Segundo o último relatório da FAO, a fome afetou 821 milhões de pessoas em todo o mundo em 2017, mas a proporção de adultos obesos chegou a 13,3% em 2016 – o equivalente a 672 milhões de pessoas. Já pessoas com sobrepeso ultrapassam o número de pessoas em insegurança alimentar. No Brasil, enquanto a fome atinge menos de 2,5% da população, a obesidade já afeta quase 20% dos brasileiros. Em algumas regiões, como o Nordeste, outras facetas da má nutrição ainda persistem: a desnutrição infantil, por exemplo, segue acima dos 5%.
Essas dados fazem refletir sobre o que de fato alimenta uma pessoa, o que de fato vem a ser a Segurança Alimentar e Nutricional, para além de apenas combater a fome. Segundo Mariana Santarelli, integrante do Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (FBSSAN), o conceito de segurança alimentar e nutricional envolve não só desde a forma de produção do alimento, a distribuição e a garantia do acesso aos alimentos frescos às famílias que ainda vivem uma situação de fome, mas também a qualidade dos alimentos que chegam às mesas de todos as pessoas.
Fonte: www.asabrasil.org.br
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