No coração do semiárido potiguar, unidades produtivas familiares prosperam no cultivo de frutas, forragem e hortaliças o ano todo, o que atesta eficácia das tecnologias sociais implementadas na região.
Hecléia Machado | Assessoria de Comunicação do Seapac
Natal | Rio Grande do Norte
Na última quarta-feira, 20, o Serviço de Apoio aos Projetos Alternativos Comunitários (Seapac) organizou mais uma edição do “Dia de Partilha”, dessa vez, na unidade produtiva familiar de Luiz e Francineide, na Comunidade do Retiro, em São Miguel (RN). A dinâmica foi criada para promover a troca de conhecimentos sobre agroecologia e o funcionamento de tecnologias sociais no semiárido potiguar.
Nesta edição, foram convidados para a conversa parceiros da Emater, Banco do Nordeste e Secretarias Municipais de Agricultura. Nas palavras do engenheiro agrônomo Fabrício Edino, o momento foi de debate e reflexão. “Há um clamor muito forte desses parceiros para que de fato nós tenhamos a agroecologia sendo trabalhada em rede aqui no Alto Oeste Potiguar.”
Entre frutas, hortaliças de porte medio, plantas medicinais e uma plantação abundante de palma para a produção de forragem, a unidade produtiva visitada é prova viva de que, com as ferramentas certas, o semiárido potiguar tem sim condições de comportar uma produção agroecológica sem a necessidade do uso de agrotóxicos ou fertilizantes químicos.
“As experiências que o Seapac vem construindo na região do Alto Oeste são muito animadoras, e de fato tem possibilitado reflexão sobre o assunto. Inclusive, nós da equipe estamos muito animados e esperançosos na perspectiva do Plano Territorial do Prodeter”, conta Fabrício Edino.
O Plano Territorial citado por Fabricio faz parte de uma estratégia de desenvolvimento territorial implementada pelo Banco do Nordeste. O objetivo da ação é promover o desenvolvimento local em determinadas regiões, o que, no caso das zonas rurais do Alto Oeste, poderia ser ampliado para além da bovinocultura do leite - programa já executado na região.
O desejo dos participantes do “Dia de Partilha” é que seja elaborado um plano territorial do Banco do Nordeste que tenha foco em incentivar a agroecologia e a construção de mais tecnologias sociais como os sistemas de reuso de águas, irrigação e cisternas de primeira e segunda água, além de biodigestores e secadores solares.
Para a equipe do Seapac, resta continuar articulando com outras organizações, fomentando debates e organizando cada vez mais dias de partilha como o que aconteceu na última quarta-feira, para assim, mostrar na prática como um olhar direcionado para o semiárido potiguar pode mudar para melhor a vida das famílias daquela região.
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