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Destruição da natureza ameaça a humanidade tanto quanto a mudança climática



Desmatamento na Amazônia peruana em março de 2019. (POOL/AFP)

A mensagem transmitida nesta segunda-feira (29), na abertura de uma conferência mundial sobre a biodiversidade, é clara: a destruição da natureza ameaça o bem-estar do homem "ao menos tanto" quanto a mudança climática e merece, portanto, tanta atenção quanto para evitar impactos devastadores. Cientistas e diplomatas de mais de 130 países estarão reunidos até sábado em Paris para adotar a primeira avaliação mundial dos ecossistemas em 15 anos, um sombrio panorama da natureza vital para a humanidade. "As provas são inegáveis: nossa destruição da biodiversidade e do serviço do ecossistema alcançaram níveis que ameaçam nosso bem-estar ao menos tanto quanto as mudanças climáticas induzidos pelo homem", declarou Robert Watson, o presidente da Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES).


O grupo de especialistas trabalhou durante três anos em um relatório de 1.800 páginas, que deve se tornar a verdadeira referência científica sobre a biodiversidade, assim como os do IPCC para o clima. Se a palavra "biodiversidade" às vezes parece abstrata, diz respeito a todas as espécies animais ou vegetais que vivem no planeta, incluindo aquela que se coloca em perigo ao destruir a natureza: o homem. E o homem não pode viver sem essa natureza que lhe presta serviços inestimáveis, desde insetos polinizadores a florestas e oceanos absorvendo CO2, passando pelos medicamentos ou a água potável.


Quanto ao clima, "este mês de abril de 2019 pode marcar o início de uma 'virada parisiense' semelhante para a biodiversidade e as contribuições da natureza para as pessoas", estimou Watson. Muitos esperam que a avaliação sirva de prelúdio para a adoção de metas ambiciosas na reunião em 2020, na China, dos Estados membros da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (COP15). Quase nenhuma das 20 metas previamente estabelecidas para 2020, que visam uma vida "em harmonia com a natureza", até 2050, será alcançada, de acordo com resumo preliminar do relatório obtido pela AFP. O relatório final será discutido, alterado e adotado linha a linha pelos delegados antes de sua publicação, em 6 de maio.

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