Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que em junho a Amazônia perdeu 762,3 km² de mata, área equivalente a uma cidade do tamanho de Campinas (SP) ou cerca de 100 mil campos de futebol. Em relação ao mesmo mês do ano passado, houve crescimento de 60%. No acumulado de 2019, o desmatamento atingiu 2.273,6 km². Dos nove estados que compõe a Amazônia legal, o mais atingido foi no Pará, com 1.410 km² no período, ou 62% do total. Dentro do Pará, a cidade com mais área perdida foi Altamira, com 81,52 km².
Em seguida vêm Mato Grosso, 994 km², e Amazonas, 824 km². Os números levam em conta desmatamentos com solo exposto, com vegetação remanescente e derrubadas resultantes de atividades ligadas à mineração. Os números deste ano só são superados pelos de 2016, no período de seis anos (3.183 km²), segundo a série histórica da plataforma Terra Brasilis, disponibilizada pelo Inpe e iniciada em 2015.
Líderes de movimentos populares, ativistas e membros da comunidade acadêmica têm alertado para o risco de aceleração do desmatamento, provocado pelas bandeiras e políticas do governo Bolsonaro - de incentivo, liberação, desregulamentação e desmonte das estruturas fiscalizatórias. “Repetindo um modelo histórico de desenvolvimento da região, sempre pensado de fora da Amazônia para dentro dela, esse modelo não respeita os modos de vida”, alertou Pedro Martins, advogado popular e membro da Terra de Direitos, em entrevista concedida no começo de junho ao Brasil de Fato.
Fonte: www.brasildefato.com.br
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