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Desmatamento na Amazônia cresce 29,5% e bate recorde da década

Foto do escritor: Equipe de ComunicaçãoEquipe de Comunicação

Na campanha presidencial, Bolsonaro criticou repetidas vezes a fiscalização ambiental feita pelo Ibama e afirmou que o país tem muitas unidades de conservação e terras indígenas (Foto: VALTER CAMPANATO/ARQUIVO/AGÊNCIA BRASIL)

O Brasil bateu o recorde do desmatamento na Amazônia desta década, ao destruir 9.762 quilômetros quadrados de floresta, entre agosto de 2018 e julho deste ano. Segundo o sistema de monitoramento Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), houve aumento de 29,5% de desmatamento em comparação com igual período anterior. Os estados de Pará, Rondônia, Mato Grosso e Amazonas foram responsáveis por 8.213 quilômetros quadrados do desmatamento, representando 84% do total. O aumento percentual é o terceiro maior da história, de acordo com o próprio Inpe, que aponta esse aumento acentuado só nos anos de 1995 e 1998 (crescimento do desmate em 95%) e em 1998, com 31%.


Os dados foram divulgados na manhã de segunda-feira (18), em São José dos Campos, interior paulista, na sede do Inpe, com a presença dos ministros Ricardo Salles, do Meio Ambiente, e Marcos Pontes, da pasta da Ciência. Para Salles, o aumento ocorreu devido à “economia ilegal” na Amazônia. Ele disse que o problema vem de “gestões anteriores”. Na campanha presidencial, Jair Bolsonaro criticou repetidas vezes a fiscalização ambiental feita pelo Ibama e afirmou que o país tem muitas unidades de conservação e terras indígenas. O presidente cogitou fundir o Ministério do Meio Ambiente com o da Agricultura, mas recuou após repercussão negativa.


Em 10 meses de governo, Bolsonaro já demitiu o então diretor do Inpe, o engenheiro Ricardo Galvão, após ele apresentar dados que mostravam o aumento do desmatamento na Amazônia. Além disso, o presidente paralisou o Fundo Amazônia, que recebia dinheiro da Noruega e Alemanha para estimular ações de controle sobre desmatamento e uso sustentável do bioma.


O pesquisador Lucas Ferrante, doutorando do programa de Ecologia do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), protocolou representação, no último dia 11, pedindo investigação sobre crime de lesa-pátria praticado por Jair Bolsonaro e os ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Agricultura, Tereza Cristina, que assinam o Decreto 10.084, do último dia 5. A medida revoga o Decreto 6.961, de setembro de 2009, em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva instituiu o zoneamento para o plantio da cana e as operações de financiamento ao setor sucroalcooleiro.

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