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Covid-19 será cortina de fumaça para desmatamento


Dados oficias mostram que março de 2020 teve 30% de aumento no desmatamento em relação ao mesmo mês do ano passado; período de seca ainda não começou na região (Foto: Agência Brasil)

Os alertas de desmatamento na região amazônica bateram recorde histórico no primeiro trimestre de 2020. Se comparado com o mês de março de 2019, houve um aumento de 29,9%, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Foi o maior número registrado desde que o órgão começou a monitor a região pelo sistema Deter-B (Detecção de Desmatamento em Tempo Real), há quatro anos. A realidade devastadora incide sobre os povos da floresta (indígenas e comunidades tradicionais) que vivem na Amazônia e se tornam populações ainda mais vulneráveis durante o período de agravamento da covid-19 que, segundo o Ministério da Saúde, deve atingir seu pico nas próximas semanas.


Além das limitações de logística e estrutura da Rede de Atenção Primária à Saúde, há outro fator que potencializa o risco de epidemia: o compromisso do governo federal de atender demandas do setor mineral e do avanço do garimpo, e sobretudo, não coibir a derrubada da floresta. Para entender como o coronavírus está possibilitando uma ação ainda maior de desmatadores, o Brasil de Fato entrevistou Cristiane Mazzetti, uma das responsáveis pela Campanha da Amazônia da ONG Greenpeace. Ela alerta para o risco de colapso da saúde pública em uma região que já sofre com a sobrecarga das unidades de saúde no período de queimadas.


De acordo com dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), quem vive em uma cidade próxima às queimadas tem 36% mais risco de internação por problemas respiratórios. A necessidade de repensar o consumo e o modelo de exploração de commodities, na opinião de Mazzetti, está diretamente relacionada com o surgimento de doenças zoonóticas, como a covid-19. Para ela, a grande lição que a pandemia pode trazer é repensar a relação do ser humano com a natureza, de forma que seja uma relação “justa e equilibrada”.


“Acho importante pontuar que houve um desmonte na gestão ambiental no Brasil. O governo Bolsonaro, desde que começou, implementou uma política antiambiental, que enfraqueceu órgãos de controle, seja reduzindo orçamento, seja afastando ou mudando posições estratégicas ou reduzindo o número de fiscalizações” a entrevistada.

Fonte: https://www.brasildefato.com.br/

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