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Comunidades quilombolas do Semiárido são prioridade em nova etapa dos programas de acesso à água


Racismo é uma das questões que estão na mira dos projetos (Foto: Verônica Pragana)

As comunidades quilombolas são prioridade máxima na nova etapa dos Programas Um Milhão de Cisternas Rurais (P1MC) e Cisternas nas Escolas, da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA). Serão implementadas 1.546 cisternas de 16 mil litros em 24 municípios de seis estados - Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Bahia e Minas Gerais. Todas em comunidades quilombolas. Assim como serão capacitadas em gestão e manejo da água a mesma quantidade de famílias. Já as cisternas escolares de 52 mil litros, serão construídas 256 em 40 municípios. Mas não serão todas em comunidades quilombolas.


Os recursos que financiam esta ação vêm da Secretaria de Promoção de Igualdade Racial, do Ministério de Direitos Humanos, que direcionou R$ 12.680.823,81 para o Programa Cisternas, vinculada ao Ministério da Cidadania. Este total vai tornar realidade 3.604 cisternas.


A indicação das comunidades beneficiadas será a partir da base de dados da Fundação Palmares, responsável pelo processo de certificação das comunidades como quilombolas. Esta nova etapa dos programas foi iniciada no último dia 3, com a realização da oficina de planejamento P1MC/Cisternas nas Escolas Quilombolas do Semiárido: Luta e Resistência Negra no Campo, em Camaragibe, na região metropolitana do Recife.


Nesta oficina, o primeiro momento é de reflexão para ampliar o olhar dos/as participantes sobre o racismo e a realidade das comunidades quilombolas. "Se eu luto pela igualdade social, preciso combater o racismo", assegurou um dos participantes. "Como o racismo foi construído em mim?", questiona outra pessoa. "Como vamos tratar do racismo nas nossas instituições?", acrescenta uma terceira pessoa.


Estas questões ilustram um pouco as reflexões motivadas pela participação de duas representantes da Federação das Comunidades Quilombolas e Populações Tradicionais de Pernambuco, Maria de Fátima e Maria José, que compartilharam suas vivências enquanto quilombolas, ajudando os representantes das organizações da ASA a entender melhor a realidade e especificidades das comunidades afrodescendentes, marcadas pelo racismo enraizado em cada um/a e na sociedade.

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