
Em decisão inédita, todas as centrais sindicais do Brasil decidiram realizar atos unificados no 1º de Maio, Dia Internacional de Luta dos Trabalhadores. Com posições historicamente divergentes sobre determinados temas, a proposta de reforma da Previdência e o crescente nível de desemprego motivaram a unidade. É o que explica Bernadete Menezes, da Direção Nacional da Intersindical.
“Bolsonaro nos uniu, né?! [risos] A gravidade do que é esse governo e a implementação dos seus planos – porque todos dizem que ele não tem projeto, mas ele tem projeto. O Bolsonaro tem projeto e é o projeto do capital internacional, que é excluir a força de trabalho da produção. Em poucos anos nós teremos a maior parte da população no subemprego, desemprego, uberização da mão de obra, achatamento da classe média, e isso obrigou, inclusive àqueles mais resistentes, a que houvesse uma unidade nesse primeiro de maio”.
Douglas Izzo, presidente da Central Única dos Trabalhadores de São Paulo (CUT-SP), afirma que o cerco do governo Bolsonaro contra o direito de organização sindical também foi um importante motivador da unidade. “É também um momento em que o governo tenta, através da medida provisória 873, praticamente aniquilar o direito de sindicalização no Brasil, tirando a possibilidade da cobrança do associativo por parte dos sindicatos”.
Na convocatória para o 1º de Maio, as centrais anunciam a construção de jornadas unificadas de luta. Segundo Izzo, a convocatória de uma greve geral é consenso entre as centrais, embora ainda não tenha data definida. “Depois, no dia 11 de maio, teremos uma grande festa, um grande ato político comemorando o aniversário do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, no dia 15 temos a greve nacional da educação, quando vai acontecer atos por todo o Brasil. Temos aqui em São Paulo apontado um Festival Lula Livre, que dialoga com as pautas dos trabalhadores, no dia 5 [de maio]. E estamos apontando para uma greve geral no mês de junho”.
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