O avanço do coronavírus registrou nesta quarta-feira (31) o maior número de mortes em um único dia. Foram 42 óbitos a mais de ontem para hoje, elevando o total para 201. Com mais outras duas, entre as quais a de um jovem no Rio Grande do Norte, o número hoje já chega a 203 óbitos. De acordo com balanço divulgado pelo Ministério da Saúde, o país tem 5.717 casos confirmados ontem, 31 de março. Esse número foi atualizado, hoje, e já chega a 5.812 casos confirmados.
O Sudeste segue como a região mais afetada pela pandemia, sendo São Paulo o epicentro. São 3.406 casos na região mais populosa do país, sendo 2.339 no estado, que teve também um recorde de mortes num único dia: 23, de um total de 136. Os casos de infecção confirmados chegaram a 708 no Rio de Janeiro, 275 em Minas Gerais e 84 no Espírito Santo. O Sudeste concentra 60% de todos os casos do país. De acordo com estimativas de pesquisadores e do próprio Ministério da Saúde, para cada caso notificado, existem no mínimo 10 não contabilizados. Ainda de acordo com as autoridades, os casos e mortes do novo coronavírus tendem a subir fortemente nas próximas semanas. Previsões indicam que o sistema de saúde do país pode entrar em colapso no fim de abril.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse, em entrevista coletiva concedida no fim da tarde de ontem, 31 de março, que “vamos nos pautar pela ciência e pelo que é correto (…); vamos fazer o máximo de distanciamento social sim. O máximo de permanência nas nossas residências, trabalhar de casa, para podermos chegar em um ponto de poder liberar aos poucos de acordo com a epidemiologia”. Outros ministros, como o da Economia, Paulo Guedes, e da Justiça, Sergio Moro, seguiram Mandetta.
O posicionamento dos ministros diverge do adotado pelo presidente Jair Bolsonaro, que segue ridicularizando a pandemia e o coronavírus, e persiste na defesa do fim das quarentenas no país, que já começam a mostrar resultados positivos. Mandetta anunciou a elaboração de uma ferramenta de controle da pandemia para os técnicos do ministério. A ideia é conseguir prever cenários com mais precisão, através de estudo de movimentação de pessoas e da realização de mais testes.
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