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Brasil deixa de reduzir desigualdade de renda pela primeira vez em 15 anos


De 2002 a 2016 havia redução na desigualdade de renda conforme a medição apresentada pelo índice de Gini / Pedro Bolle / USP Imagens

O desemprego chegou na família da professora de inglês Suzane Moreira, de 29 anos. A renda diminuiu, o custo de vida aumentou e eles tiveram que abandonar a casa que estava sendo construída. A obra ficou pela metade. Histórias como essa ilustram o fato de que, pela primeira vez em 15 anos, não houve no país a diminuição da desigualdade de renda, que permaneceu inalterada. É o que aponta o relatório anual "País estagnado: um retrato das desigualdades brasileiras", lançado nesta segunda-feira (26). O documento foi produzido pela organização não governamental Oxfam Brasil.


Segundo o estudo, as mulheres e a população negra foram as mais afetadas. De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma das fontes do relatório, as mulheres ganhavam 72% do que ganhavam os homens em 2016. Essa proporção caiu para 70% em 2017 — o primeiro retrocesso na renda delas, em relação aos homens, em 23 anos.


Já a distância salarial entre brancos e negros praticamente não se alterou em um ano. Em 2016, o rendimento médio de negros era de R$ 1.458,16, enquanto a população branca recebia, em média, R$ 2.567,81. Em 2017, a renda dos negros passou para R$ 1.545,30, e os rendimentos da população branca alcançaram R$ 2.942,21.


Esta é a segunda edição do relatório. A primeira versão, intitulada "A distância que nos une: um retrato das desigualdades brasileira", foi lançada em 2017.O estudo analisa as desigualdades em três campos: de renda, de patrimônio e no acesso a serviços essenciais.

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