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Audiência pública destaca convivência e desertificação no Semiárido

Atualizado: 11 de jun. de 2018

Por Elka Macedo – ASACom


A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) sediou audiência pública com o tema Convivência e combate à desertificação no Semiárido, na manhã da última quarta-feira, 16 de maio. O evento reuniu acadêmicos, estudantes, professores, parlamentares e representantes de organizações não-governamentais. Entre estas estava a ASA, representada pelo Coordenador Executivo da Articulação pelo Estado de Pernambuco, Alexandre Pires. A audiência foi facilitada pelo deputado Edilson Silva (PSOL), presidente da comissão na Alepe.


Gráfico de cisternas de primeira água construídas no estado do pernambuco
Dados de cisternas construídas em Pernambuco (www.asabrasil.org.br)

O coordenador da Asa Pernambuco, ao falar na audiência, refletiu sobre as grandes secas, o paradigma da convivência com o Semiárido e as ações efetivas dos programas da ASA. Alexandre Pires também criticou a perpetuação da indústria da seca, que ainda hoje é palanque político na região, e ratificou que não existe combate à seca. “A ideia do combate à seca é irracional, porque não se pode combater um fenômeno. Ou se aprende a conviver ou não se consegue avançar”.


Ele disse ainda que as secas não são algo imprevisível e irreal. “Nós podemos prever, o Estado brasileiro pode prever e os recursos tecnológicos e o conhecimento popular estão aí e podem prever quando vão acontecer as grandes secas. O fato de não prever, de não ter ações que de fato contribuam com os povos do Semiárido, construiu no Brasil o que a gente chama de indústria da seca, ou seja, o que se implantou foi essa ideia da dependência das políticas emergenciais”, enfatizou Alexandre.


Sobre os períodos de estiagem, ele destacou que na seca de 1982, mais precisamente entre os anos de 80 e 83, morreram no Semiárido brasileiro cerca de um milhão de pessoas por conta da fome ou de doenças causadas pelas más condições das populações que viviam na região. “Precisamos acabar com esta ideia do combate à seca. Precisamos aumentar a capacidade de estoque de água, alimentos e forragem para os animais”, lembrou Pires.


Os debates focaram as mudanças climáticas, desmatamento da Caatinga e a emergência de ações que mitiguem os efeitos da desertificação no Estado de Pernambuco. Houve destaque para o papel das mulheres na convivência com o Semiárido e a contribuição delas para o desenvolvimento da região, gestão das águas e dos recursos naturais.


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