Depois de passar quase duas semanas dizendo que os dados de desmatamento da Amazônia são mentirosos, o governo Jair Bolsonaro reconheceu, nessa quarta-feira (30), que a taxa está em alta, mas afirmou que os números que vieram à tona foram uma interpretação equivocada. O presidente anunciou no sábado que haveria uma "surpresa" nos números e nessa quarta disse que apresentaria o "dado real". Mas o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, encerrou o dia dizendo que os "porcentuais interpretativos cairão".
O período em que a taxa anual do desmatamento é medida se encerrou nesta quarta (de 1º de agosto de um ano a 31 de julho do ano seguinte), e dados de alertas disponíveis no site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) indicam que a perda da vegetação este ano pode ter sido bem maior que no ano anterior. O agregado de alertas feitos pelo Deter – o sistema de detecção em tempo real - aponta alta de 40% ante o mesmo período do ano anterior. Os satélites observaram uma perda até esta quarta-feira de 5.879 quilômetros quadrados da floresta, ante 4.197 quilômetros quadrados entre 2017 e 2018.
Os valores começaram a subir mais do que nos últimos anos a partir de maio. Julho, segundo o Deter, trouxe a maior perda em um mês desde 2015. Até esta quarta, o desmatamento observado foi de 1.864,2. quilômetros quadrados – um valor 212% mais alto que julho de 2017. É mais do que a área da cidade de São Paulo, que tem cerca de 1.500 quilômetros quadrados.
Os números acendem um sinal vermelho. O Deter fornece dados diariamente ao Ibama e às Secretarias Estaduais de Meio Ambiente para ajudá-las na fiscalização. Ele observa desmatamento com solo exposto, desmatamento com vegetação, limpeza para mineração e degradação. Considerando os três primeiros pontos, que realmente indicam a perda da floresta, o chamado corte raso, chega-se aos números citados.
Fonte: www.domtotal.com
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