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Agrotóxico glifosato tem nova condenação nos EUA


Agrotóxico mais usado em todo o mundo, o glifosato está associado ao câncer, malformações congênitas e alterações hormonais (www.redebrasilatual.com.br)

O glifosato está cada vez mais presente no banco dos réus nos Estados Unidos, principalmente pela acusação de causar câncer em pessoas expostas ao agrotóxico. Na terça-feira (19), um júri federal de São Francisco, na Califórnia, reconheceu que o Roundup, nome comercial do produto desenvolvido pela multinacional Monsanto, hoje propriedade da Bayer, contribuiu para o desenvolvimento do câncer no aposentado Edwin Hardeman, um Linfoma não-Hodgkin, que afeta principalmente o sistema imunológico. Os jurados se pronunciaram apenas sobre a culpa do glifosato no câncer de Hardeman. A responsabilidade dessas empresas será julgada na segunda fase do processo, quando serão ouvidos médicos, cientistas e as indústrias.


À imprensa britânica, a Bayer afirmou estar decepcionada com o veredicto. Desde que comprou a Monsanto, por US$ 63 bilhões, as ações da multinacional alemã foram desvalorizadas em cerca de 40% por causa das derrotas em tribunais dos Estados Unidos, onde tramitam mais de 8 mil processos somente contra o herbicida mais vendido em todo o mundo. O cerco ao glifosato vai além das decisões judiciais nos Estados Unidos. Na Europa, países como a França estudam bani-lo. E a Rússia já impôs exigências ao Brasil. Caso queira continuar exportando soja para lá, terá de reduzir o uso de agrotóxicos, conforme decisão do Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária, o Rosselkhoznadzor, de 31 de janeiro.


No entanto, o Brasil insiste em seguir na contramão. Ao reavaliar o glifosato do ponto de vista toxicológico, a Anvisa o absolveu, dando ouvidos somente aos fabricantes. Ignorou todos os estudos e evidências que apontam que o produto causa câncer e que está associado também a malformações congênitas e em alterações no sistema reprodutivo. Em nota técnica divulgada em 22 de fevereiro, estabelece que a formulação não se enquadra em critérios proibitivos: não seria mutagênica, carcinogênica e não afetaria a reprodução.

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