O trabalho das agricultoras e agricultores do Nordeste é fundamental para crescimento econômico e o abastecimento alimentar da população no país.
Caio Barbosa - Assessoria de Comunicação | SEAPAC Natal | Rio Grande do Norte
No Brasil a agricultura familiar emerge como um alicerce fundamental para a segurança alimentar e o desenvolvimento socioeconômico, especialmente na região Nordeste. De acordo com dados do Censo Agropecuário de 2017 do IBGE, 47% dos agricultores familiares do país estão concentrados no Nordeste, somando aproximadamente 1,8 milhão de trabalhadores. Esta região é responsável por produzir grande parte dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros: 80% da mandioca, 42% do feijão, 64% do leite, 48% do café, 69% do abacaxi, 48% da banana, 45% das aves, 51% dos suínos, 70% dos caprinos e 31% dos bovinos (cabeças). Esses números ressaltam a importância crucial da agricultura familiar para a alimentação e a economia do país.
A relevância da agricultura familiar é globalmente reconhecida pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), que instituiu o Dia Mundial da Agricultura Familiar em 25 de julho. Este dia celebra a contribuição essencial dos agricultores familiares na erradicação da fome e promoção do desenvolvimento sustentável. No Brasil, aproximadamente 4,4 milhões de estabelecimentos de agricultura familiar produzem cerca de 70% dos alimentos consumidos nacionalmente, evidenciando sua vitalidade econômica e social.
Esses agricultores familiares estão distribuídos em todo o território nacional, a maior parte se concentra no Nordeste, onde foram contabilizados 1.838.846 agricultores familiares em 2017, ou seja, 47% do total nacional. A agricultura familiar é um modelo de produção agrícola em que a gestão da propriedade e a maior parte do trabalho são realizados por um arranjo familiar - em determinado processo existe o associativismo rural, uma relação de trabalho entre famílias da mesma região.
Esse modelo de produção hoje ocupa cerca de 80 milhões de hectares no Brasil, o que representa aproximadamente 23% da área total dos estabelecimentos agropecuários do país. A agricultura familiar foi responsável por aproximadamente 30% de toda a riqueza gerada no campo nordestino, algo correspondente a um valor de mais de R$15,8 bilhões nos últimos anos.
Agricultura familiar no Semiárido potiguar
O estado do Rio Grande do Norte exemplifica a importância desse modelo de produção feita pelo campesinato. Com cerca de 250 mil agricultores familiares ocupando aproximadamente 1,8 milhão de hectares, a agricultura familiar é uma força motriz para a economia norte-rio-grandense. A mandioca, melão e melancia são exemplos de culturas que prosperam no estado, além do algodão e da cana-de-açúcar que contribuem diretamente para a economia nacional.
O Semiárido potiguar sempre trouxe desafios para a agricultura familiar, e diante desse cenário, o Seapac (Serviço de Apoio aos Projetos Alternativos Comunitários), em seus 31 anos de atuação no Rio Grande do Norte, tem sido uma instituição protagonista na transformação da vida de mais de 20 mil famílias agricultoras. Com um trabalho que promove a agroecologia e implementação de tecnologias sociais que potencializam a produção e garantem a sustentabilidade, assim assegurando o alimento e a renda para milhares de famílias campesinas.
As famílias campesinas que são acompanhadas pelo Seapac ajudam a construir novos sonhos e esperanças em um cenário desafiador, o Semiárido potiguar. Com ações e trabalhos focados na assistência técnica em agroecologia, no desenvolvimento e organização de grupos de base e associações rurais, e também, na implementação de tecnologias sociais como: cisternas, sistemas de reúso de águas e biodigestores, entre outras. A instituição tem como objetivo ajudar as famílias a terem uma maior integração e melhor convivência com a região Semiárido no estado.
Os números demonstram e reforçam que a agricultura familiar no nordeste não só sustenta a economia rural e local, mas também é um pilar essencial para a segurança alimentar e a sustentabilidade socioambiental no Brasil. A atuação de organizações como o Seapac é vital para continuar fortalecendo essa base, promovendo práticas sustentáveis e garantindo que as comunidades rurais e as agricultoras e agricultores possam prosperar em harmonia com o Semiárido.
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