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Agricultores experimentadores se encontram no Ceará


Dona Maria Ana é agricultora experimentadora e há ano vem epalhando a emente da agroecologia por onde anda | Foto: Beatriz Brasil

Feito por eles e elas, para eles e elas. Esse é o espírito do V Encontro de Agricultores e Agricultoras Experimentadores, que começou ontem (12), em Juazeiro do Norte (CE). O evento reúne cerca de 250 pessoas dos estados de Minas Gerais, Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão. Eles chegaram em caravanas para ver, ouvir e trocar experiências de convivência com o Semiárido, muitas delas baseadas na prática da agricultura agroecológica.


Ao som dos tambores do Maracatu Uinu Erê, do Crato, e do torém conduzido por Mateus Castro Tremembé, as delegações trouxeram suas bandeiras de luta, entre elas: violência contra as mulheres; a luta das quebradeiras de coco babaçu; a luta dos guardiões das sementes crioulas contra as sementes transgênicas; e contra as mineradoras – lembrando dos desastres de Brumadinho, em Minas Gerais.


“A gente acha que o que aconteceu em Minas não acontecerá em nenhum outro lugar, mas isso não é verdade. Não podemos deixar que crimes ambientais virem moda. Eles não podem nos calar com dinheiro. Perdi meu tio, que era agricultor e estava prestando serviço na Vale. Quantos mais precisarão morrer para que algo seja resolvido?”, conta Nina, de Taiobeiras, no Norte Mineiro.


O V Encontro de Agricultores e Agricultoras Experimentadores apontou desafios, mas também histórias de superação e que trazem esperança ao povo do campo. Dona Maria Ana mora no Assentamento 10 de Abril, no Crato, uma das experiências que estão sendo visitadas hoje, dia 13. Ela fez questão de receber os participantes contando um pouco de sua história que, assim como a de muitos participantes, mistura momentos difíceis, de muito aprendizado e, sobretudo, de muita superação. Ela conta que nem mesmo o sofrimento do trabalho pesado na roça que começou quando tinha apenas 8 anos lhe afastou do campo e da luta. “Era muito sofrido. Eu trabalho na terra, com horta, com tudo no mundo. Há 20, 30 anos, a gente, trabalhador, era pisado, não tinha valor. Hoje, através dos movimentos como esse aqui, nós somos gente”.

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