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Agricultores da Borborema tentam conter o avanço dos transgênicos


Encontro sobre Sementes no Polo da Borborema (www.aspta.org.br)

A Comissão de Sementes do Polo da Borborema terminou 2018 debatendo estratégias para o fortalecimento da conservação e do uso das sementes crioulas, ou “Sementes da Paixão” como são conhecidas na Paraíba. Uma das preocupações é mantê-las livres da contaminação por sementes transgênicas. A contaminação por transgênicos no território passou a fazer parte da luta das famílias agricultoras desde que os testes de transgenia (com fitas sensíveis a proteínas modificadas geneticamente), realizados a partir do ano de 2014, vem mostrando o aumento de amostras de sementes crioulas contaminadas.


Em novembro passado, durante um encontro da Comissão, os resultados do monitoramento realizado pela estudante de Agronomia Tatiana Schiavon de Albuquerque, da Universidade Federal de Pelotas – UFPEL, no Rio Grande do Sul, foram apresentados. Os resultados de seu trabalho foram alarmantes: do total de 171 amostras de milho colhidas de famílias agricultoras de 14 municípios da região, 30 foram descartadas após os testes, pois as famílias declaram que compraram os grãos em feiras e armazéns, sendo portando transgênicas. Outras 67 amostras de milho crioulo deram contaminadas (47%) e 74 livres de transgênicos (53%).



Sementes crioulas analisadas (www.aspta.org.br)

As 67 amostras de sementes crioulas contaminadas têm, contudo, origem no acervo da família ou no banco comunitário e provavelmente foram contaminadas pela proximidade de roçados. “Os resultados mostram que nós conseguimos manter regiões que estão livres de transgênicos, mas não podemos nos acomodar com estas vitórias. Precisamos tomar cuidado para que os transgênicos não entrem ali e valorizar estas experiências para qualificar a semente que é guardada e não precisar comprar para plantar”, afirma Euzébio Cavalcanti, liderança da Comissão de Sementes e do Sindicato dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais de Remígio.


Outra estratégia que tem contribuído nessa luta no território é o processamento e a comercialização de derivados de milho crioulo livres de transgênicos, que são beneficiados na unidade de produção montada na sede do Banco Mãe de Sementes do território da Borborema. O fortalecimento de um mercado de produtos livres de transgênicos, num contexto de ausência de oferta desses produtos nos mercados convencionais, tem se revelado como uma grande oportunidade e estímulo à conservação do milho.

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