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“A maior parte do trabalho escravo ainda é invisível para a sociedade”


Dom Evaristo Splenger (Foto: www.cnbb.org.br)

O Brasil ainda registra uma triste realidade em que trabalhadores são submetidos a situações análogas ao trabalho escravo. É o que constata a Comissão Episcopal Pastoral para o Enfrentamento ao Tráfico Humano, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Numa entrevista sobre a realização da Semana Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, para o site da CNBB, o Presidente da Comissão, Dom Evaristo Pascoal Spengler, apresenta números sobre essa realidade.


Só em 2019, segundo dados da Secretaria de Inspeção do Trabalho do Governo Federal (SIT), foram encontrados 1.054 trabalhadores nessa situação, um número que se mantém na média dos últimos 5 anos, abaixo da metade do número registrado entre 2010 e 2014. “Não podemos nos acostumar com esse crime como sendo algo normal. Não é normal. Assim como no passado não foi normal a escravidão dos negros, o nazismo e toda forma de exploração humana. Qualquer pessoa que saiba que outra pessoa vive em uma situação degradante ela tem que denunciar. Isto é ser cristão, disse Dom Splenger.


Para ele, essa é uma realidade muito invisibilizada no Brasil. “Muitos pensam que não existe trabalho escravo e que isto pertence ao passado, mas os números desta trágica chaga humana são ainda estarrecedores em nossos dias. Em 2019, foram encontradas 1.050 pessoas submetidas ao trabalho escravo no Brasil. Se voltarmos um pouco mais tempo, nos últimos sete anos, de 2013 a 2019, foram encontradas mais de 8.500 pessoas em situação de escravidão. Onde estão estas pessoas? Dois terços delas, 67% são encontradas nas áreas rurais, um terço na área urbana. Onde elas trabalham na área rural? Sobretudo na lavoura e na pecuária, mas também em menor número foram encontradas pessoas na fabricação de carvão vegetal, mineração, desmatamento… Já na cidade, se concentram sobretudo na construção civil e nas confecções”, afirma Dom Evaristo Splenger.

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